Secretária diz que não há ‘solução mágica’ para o Hospital; movimento quer trancar a BR-163

A audiência que debateu a situação precária do Hospital Regional de Sorriso, realizada na Câmara de Vereadores, nesta manhã, foi marcada por muitos discursos políticos, mas sem definição do que será feito nos próximos dias. A secretária-ajunta de Saúde do Estado, Inês Sukert, apenas anunciou que não há “solução mágica” para os problemas, bem como previsão orçamentária para que as dívidas do Estado, que somam mais de R$ 8 milhões, sejam quitadas.

A reunião contou com a participação de vereadores e prefeitos que integram o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Teles Pires. Inês esteve representando o Estado, mas o secretário de Saúde, governador e o vice não vieram a Sorriso.

Muitos políticos usaram a tribuna para reiterar os velhos problemas do hospital e “a falta de compromisso do governador Pedro Taques (PSDB)” em relação ao que vem sendo feito na pasta da Saúde.

Parte dos vereadores de Sorriso sugeriu que a BR-163 seja ‘trancada’ nesta quinta-feira (25), após a caminhada em prol do hospital, que terá saída na frente da Câmara.

Por outro, alguns parlamentares da região disseram que esta não seria a solução e indicaram que os políticos organizem um movimento em Cuiabá, em frente ao palácio Paiaguás, e que seja trancada a pauta da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Vereadores e secretários reclamaram da falta de representativa dos deputados eleitos na região e sugeriram que medidas mais drásticas sejam tomadas.

“Vim para ouvir demandas da região e entrar no hospital para ver quais são os problemas para em conjunto achar a solução. Mas, não trouxe uma solução mágica, mas estamos empenhados em resolver os problemas financeiros”, disse a secretária-ajunta de Saúde, que informou que permanecerá em Sorriso acompanhando a situação do Hospital Regional até quinta-feira.

A atual diretora do hospital, Lígia Leite (que foi afastada do cargo nesta manhã), disse na audiência que a unidade resistirá até quando houver alimentos, medicamentos, gases medicinais e gás de cozinha. Na audiência, alguns políticos sugeriram cortes no orçamento do hospital, mas Lígia afirmou que todas as medidas já foram adotadas e que não há mais possibilidades de redução de despesas.

“A escala da enfermagem foi alterada para 6 horas, a quantidade de alimentação foi reduzida para funcionários e acompanhantes”. O hospital também garante que o gasto com energia também foi diminuído, e que a necessidade emergencial são os pagamentos em atrasos.

Ontem, a Secretaria de Saúde comunicou o pagamento de uma nota fiscal de um supermercado, um dos fornecedores de alimentos, no total R$ 54 mil. Esse depósito permitirá que a empresa forneça alimentos por mais uma semana.

Conforme o Cidade Alerta apurou, a empresa que fornece o oxigênio ao hospital informou que, apesar da dívida do Governo, não deixará de fazer o fornecimento.

O gás de cozinha, que acabaria nesta sexta, foi doado ao hospital e servirá para mantê-lo por 15 a 20 dias. Os empresários da cidade também doaram alimentos.

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Outro lado

Em nota, a Secretaria de Saúde falou sobre o que já foi pago. Confira, abaixo, a nota sobre os pagamentos enviadas pelo Governo na íntegra:

A secretaria de Estado de Saúde liberou ontem, dia 22 de maio, o valor de R$ 54 mil para pagamento de um fornecedor de alimentos para o Hospital Regional de Sorriso. A nota fiscal referente a esse pagamento foi emitida pela direção do Hospital em março de 2017, porém foi enviada para o setor financeiro da SES MT somente neste mês de maio. Também foi enviada em maio, para a SES MT mais uma nota fiscal de outro fornecedor no valor de R$ 13.456,00, e que está pendente de pagamento por falta de certidão negativa do fornecedor.

Em relação ao serviço de lavanderia foi feito um acordo com a SES MT para que o serviço continue normalmente e que até sexta-feira, dia 26 de maio, a secretaria de Saúde fará o pagamento desse serviço. A SES MT esclarece ainda que  os pagamentos feitos aos fornecedores do Hospital Regional de Sorriso em 2017 totalizam a importância de R$ 9.747.820,86.

Fonte 112 – GOVERNO FEDERAL = R$ 2.535.894,52
Fonte 134 – GOVERNO DO ESTADO = R$ 4.069.844,01
Valor pago mediante Bloqueio Judicial = R$ 3.142.082,33
TOTAL: R$ 9.747.820,86.

Estes valores referentes às fontes 112 e 134 fazem parte de relatórios elaborados pelo Setor Financeiro da SES a partir dos pagamentos confirmados pelo FIPLAN (Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças do Governo do Estado), que pode ser acessado no link abaixo: https://web.fiplan.mt.gov.br/html/listaProcessos.php. No FIPLAN, os pagamentos aos fornecedores são identificados pela FONTE, CPF ou CNPJ do beneficiário, pelo NOME do beneficiário e ainda no PERÍODO em que a despesa foi realizada. Para fazer os pagamentos aos fornecedores a SES precisa ter em mãos as notas fiscais (QUE DEVEM SER ENVIADAS PELA DIREÇÃO DO HOSPITAL) que comprovam o serviço prestado e que fazem parte de um processo. Quanto ao valor do bloqueio judicial, de R$ 3.142.082,33, o valor foi depositado em conta movimentada pela diretora do Hospital Regional de Sorriso, que tem a responsabilidade de fazer os pagamentos a favor dos fornecedores em um prazo de 30 dias determinado pela Justiça.

Confira AQUI a reportagem completa no Cidade Alerta, programa da TV Sorriso (Record TV).

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Texto: Luana Rodrigues/Portal Sorriso MT