“A casa caiu; não tem como mentir”, diz homem que dopava idosos
Preso por dopar e roubar mais de 25 idosos em pelo menos 6 estados do País – causando a morte de três deles -, Francisco Djalma Francioni, de 67 anos, confessou os crimes à Polícia Civil ao ser interrogado pelo delegado Eduardo Rizzotto, que conduz as investigações. Dois dos casos com vítimas fatais ocorreram em Cuiabá.
Reportagem veiculada nesse domingo (30) pelo Fantástico, da Rede Globo, mostra trechos do interrogatório do acusado, que explicou a mistura dada às vítimas e deu detalhes de como o golpe era executado – veja a reportagem completa AQUI.
Foragido da Justiça desde 2011, quando conseguiu fugir da prisão – onde cumpria pena por crimes como sequestro e roubo -, o homem que tornou-se conhecido como “maníaco da garrafada” chegou a negar o crime no dia em que foi preso, em 19 de setembro deste ano.
Porém, ao ser interrogado, confessou os golpes, afirmando, ainda, que já havia sido condenado a mais de 120 anos de prisão por outros crimes e que passou 20 anos atrás das grades.
“A casa caiu. Não tem como mentir. Eu tenho uma dor de consciência, mas, agora, não adianta eu querer voltar atrás. Essa é a minha vida”, afirmou.
Segundo a Polícia Civil, Francisco Djalma abordava idosos na porta de hospitais e rodoviárias em várias cidades do Brasil, apresentando-se como tenente militar aposentado, a fim de ganhar a confiança das vítimas.
Ele, então, oferecia um medicamento “milagroso”, que supostamente curaria diversas doenças. O “remédio” dado pelo homem seria, na verdade, uma dose de uma droga conhecida como “boa noite, Cinderela”.
Após ingerirem a substância, as vítimas desmaiavam e tinham todos os pertences levados pelo suspeito, como documentos pessoais, dinheiro, aparelho celular e cartões de bancos.
Ele explicou ao delegado a forma como fazia a “mistura” dada às vítimas.
“[Além da droga], colocava um pouquinho de cachaça para dar uma reação e colocava um suco de laranja ou alguma coisa”, disse.
Francisco já era investigado há mais de um ano pela polícia por aplicar o que tornou-se conhecido como “golpe da garrafada” e foi preso em Goiás por policiais da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf). Ele foi recambiado para Cuiabá no dia 22 de setembro.
À polícia, ele contou que aplicava o golpe desde 2013 e, segundo a polícia, estava sempre viajando para dificultar sua captura.
“Ele escolhia suas vítimas, na maioria pessoas idosas e moradoras da zona rural, o que dificultava suas oitivas, sobretudo, por ficarem inconsciente e por muito tempo internadas em estado grave em UTIs”, afirmou Rizzotto.
Texto: Mídia News