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Acusado, Leitão diz que conselho de ética pode ser acionado
Acusado de integrar o “núcleo político” de uma organização criminosa que desviava dinheiro da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o presidente regional do PSDB, deputado federal Nilson Leitão, afirmou que o conselho de ética da sigla poderá ser acionado, conforme caminharem as investigações contra os tucanos citados na delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Até o momento, no contexto do PSDB, foram citados os deputados Guilherme Maluf e Baiano Filho e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Avalone. Este, inclusive, foi alvo de busca e apreensão, durante a deflagração da 12ª fase da Operação Ararath, denominada “Malebolge”.
“Não podemos fazer nenhuma sentença prévia. É uma delação importante, mas é uma delação. O Ministério Público vai fazer a estruturação das provas, oferecer a denúncia, ouvir os dois lados, obviamente. E, se no momento certo precisar, o Conselho de Ética do partido existe para isso”, disse Leitão, na última semana.
Segundo a denúncia de Silval, Avalone é acusado de pagar propina ao ex-secretário de Estado, Eder Moraes, por meio da empresa Três Irmãos, de sua propriedade e de seus irmãos Carlos e Marcelo Avalone.
Maluf é acusado de participar de fraudes no programa MT Saúde (plano de Saúde do servidor público estadual), e citado em uma suposta compra de votos para assumir a Mesa Diretora em 2015.
Já Baiano Filho foi citado como um dos parlamentares que recebiam uma espécie de “mensalinho” para apoiar o Governo de Silval, nos projetos em tramitação na Assembleia Legioslativa. À época, entretanto, estava filiado ao PMDB.
“É preciso ter o cuidado de saber que uma prisão, às vezes, é para evitar atrapalhar provas, investigações e tudo mais. Mas tudo isso, em qualquer circunstância, seja política ou outras áreas, é necessário ter o contraditório”, disse Leitão.
“São muitas pessoas delatadas, tomara que possam provar sua inocência. Se não for assim óbvio que pode ter mais prisão. Não torço para isso”, completou.
Citado na Rêmora
Apesar de não estar no conteúdo da delação de Silval Barbosa, Nilson Leitão aparece na delação do empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora Ltda., na Operação Rêmora.
Segundo o delator, Guizardi, Guilherme Maluf e Nilson Leitão integravam o “núcleo de agentes políticos” da organização criminosa montada para desviar dinheiro da Seduc.
Na delação, o empresário disse que Leitão foi o responsável pela indicação do ex-secretário Permínio Pinto (PSDB) para comandar a Seduc. Ele teria indicado também o ex-servidor Fábio Frigeri.
“O Permínio uma vez me deu, em um papelzinho, o numero de uma conta para fazer o depósito de R$ 20 mil. Quem fez o depósito foi o meu funcionário, Edezio. Depois eu vi que quem foi beneficiada foi uma rádio de Sinop, do Nilson Leitão”, disse o delator em depoimento.
“Entreguei propina para o Permínio umas duas vezes na garagem do prédio dele. Outras vezes eu subi no apartamento dele. Em uma dessas ocasiões, inclusive estava a esposa, e outra vez o Fábio e o Wander”.
Texto: Midia News