Advogados são acusados de sumirem com pasta preta de Gilmar Fabris

Os advogados Ocimar Carneiro e Ricardo Spinelli, da defesa do deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), são acusados de ajudar o parlamentar a dar sumiço em documentos que estavam em uma pasta preta.

Por isso, foram alvo da Operação Ararath, investigação da Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (27), em Cuiabá.

Investigações policiais, com uso inclusive de imagens de câmeras internas de um restaurante famoso em Cuiabá, embasam pedido da PF para vasculhar casa e escritório de Carneiro e Spinelli.

Na decisão do STF, consta que Fabris, a esposa, sogra, cunhada e cunhado, que é o advogado Ocimar Carneiro, tomaram café em um restaurante conhecido na capital. Além dos familiares, também estava presente o advogado Spinelli.

“Ocorre que em um dado momento (…) Ocimar se dirigiu ao veículo do deputado estadual, que se encontrava no estacionamento e, de seu interior, retirou a valise preta em posse do qual Gilmar se evadira no início da manhã, levando-a ao interior do restaurante. Narrou-se por fim que, já no interior do estabelecimento, Ocimar retirou os documentos que estavam no interior da valise e os repassou ao advogado Ricardo, que mais tarde, ao deixar o restaurante, levou os documentos consigo”, diz trecho da decisão.

Spinelli, embora não conste como investigado em nenhuma fase da Ararath, advoga ou já advogou para pelo menos 3 réus nas ações decorrentes desta investigação. Éder Moraes, apontado como lobista do esquema e ex-secretário de Estado, o dono de factoring Valdir Piran, além de Fabris.

O atual advogado de Fabris neste caso é Zaid Arbid, que não é citado.

A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) acompanha a operação, por envolver advogados. Mas ainda não se manifestou.

Mediante os fatos, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a varredura em andamento na manhã desta quarta-feira (27).

Fabris está preso desde 15 de setembro. Ele sabia que seria alvo de mandado de busca e apreensão e fugiu antes da chegada dos agentes, de pijamas, levando uma pasta de cor preta, com documentos e possivelmente dinheiro.

Texto: Gazeta Digital