Após ataques, secretário reconhece necessidade de bloqueio de celulares

Após ataques comandados por presidiários, o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso, Márcio Dorilêo, admitiu em entrevista o Bom Dia Mato Grosso, nesta segunda-feira (13), que é preciso adotar medidas para impedir que os detentos usem celular na prisão. Uma das alternativas, segundo ele, é o bloqueio do sinal de celular nas áreas onde estão localizadas as unidades prisionais.

Desde sexta-feira (10), vários ataques foram registrados em Cuiabá, Várzea Grande, região metropolitana da capital, e no interior do estado. Já foi identificado que as ações criminosas, como o incêndio a três ônibus, foram encomendadas por presos.

O secretário afirmou que esse bloqueio do sinal de celular foi discutido em uma reunião realizada na semana passada, em Brasília, entre os secretários de Justiça dos estados e o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

Conforme Dorilêo, foi pactuado com o ministro que todos os secretários de Justiça e órgãos do sistema de Justiça irão fazer solicitar ao Congresso Nacional e à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) o bloqueio do sinal de celular. “Com as instalações das Estações Rádio-Base aumenta a frequência do sinal e não consegue barrar a frequência. Mesmo com os bloqueadores de sinais, existe o aumento da frequência do sinal”, afirmou.

Outra alternativa para reforçar a segurança é a instalação do scanner corporal, a fim de detectar celulares, armas, drogas, explosivos e qualquer tipo de material ilícito que estiver nos visitantes das unidades prisionais mato-grossenses. No entanto, a licitação foi aberta algumas vezes, mas as empresas que venceram o certame não conseguiram entregar os aparelhos. Falhas também prejudicaram o processo.

“O scanner corporal é o sonho de consumo de todo o sistema penitenciário. É um equipamento com nível de segurança maior, mas alguns aparelhos de celular entram após serem jogados dentro da unidade”, disse o secretário. Além disso, segundo ele, já houveram casos em que servidores do sistema prisional entraram com aparelhos.

No ano passado, conforme Dorilêo, foram demitidos mais de oito servidores por corrupção ou desvio de conduta.

Ainda em 2015, Mato Grosso recebeu quase R$ 1 milhão em investimentos. Está entre os cinco estados que mais receberam investimentos do governo federal para o sistema prisional.

Ataques

Na sexta-feira (10), três ônibus foram incendiados em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana. No mesmo dia, a casa de um agente prisional foi alvo de tiros, assim como o veículo de outro agente.

Uma viatura da Polícia Militar e uma Kombi também foram incendiados na noite desta sexta-feira (10) na cidade de Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá. E, na madrugada deste domingo, uma base da Polícia Militar, localizada no Bairro Três Barras, em Cuiabá, foi atacada por seis pessoas. Foram disparados pelo menos 20 tiros contra o prédio.

Em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, dois carros do Centro Socioeducativo foram queimados no pátio da unidade. Um casal foi preso como suspeitos do crime.

Texto: G1-MT