Após internação, Salles recebe alta com recomendação de repouso por 5 dias

O ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, 44 anos, recebeu alta na tarde desta quarta-feira (28) do Hospital das Forças Armadas (HFA) em Brasília. Ele deu entrada, na noite de terça-feira (27), com um quadro de mal-estar.

Em nota, a unidade de saúde afirmou que durante o dia o ministro passou por uma série de exames e que os resultados foram normais.

“O Sr. Ministro recebeu alta hospitalar na tarde de hoje com recomendação de repouso pelo prazo de cinco dias”, diz o texto.

Em seu perfil no Twitter, o ministro agradeceu às mensagens de apoio e ao corpo médico do hospital.

De acordo com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, Salles sofreu um episódio de estresse. “Foi estresse… vamos dizer.. ambiental”, afirmou o ministro da Defesa. Os compromissos oficiais que o ministro tinha agendado ao longo do dia foram cancelados.

Formado em direito e administração, Salles foi secretário particular do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de 2013 a 2014, e secretário do Meio Ambiente de São Paulo de 2016 a 2017. Desde o início do governo Bolsonaro, responde pela pasta ambiental.

Nas últimas semanas, Salles e o governo Bolsonaro enfrentam uma crise na área ambiental, com o aumento das queimadas na Amazônia e a pressão internacional pelo fim dos incêndios florestais.

Desde o começo do ano até 24 de agosto, o Brasil registrou o maior número de focos de incêndio dos últimos sete anos, segundo informações do Inpe.

Nesse período foram identificados 79.513 focos, alta de 82% em relação ao mesmo período do ano passado. A principal correlação encontrada até o momento é a alta no desmatamento.

Ele também tem sido alvo de críticas do próprio partido, o NOVO, que desde a semana passada tenta se descolar da imagem do ministro. 

Membros da sigla entraram com uma representação no Conselho de Ética do partido, solicitando que Salles seja suspenso do quadro de filiados enquanto a sigla analisar a possibilidade de expulsão definitiva.

Segundo o deputado federal Chicão Bulhões (NOVO-RJ), o grupo entende que o ministro tem atuado de forma divergente aos programas do partido no tema ambiental.

Texto: Clara Cerioni/Exame