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Ataque a base da Funai em MT deixa um morto e outro ferido durante tiroteio
Uma pessoa morreu e outra ficou ferida após um ataque contra uma base de proteção a indígenas isolados da Fundação Nacional do Índio (Funai), localizada em Colniza (1.065 quilômetros de Cuiabá), na noite da última quarta-feira (10). O fato só foi confirmado nesta quinta-feira (11) pela sede do órgão em Brasília (DF). As informações são da Folha de S. Paulo.
Ainda há informações desencontradas sobre se o morto é indígena ou madeireiro da região. O ferido é um indígena e foi levado para um hospital em Juína, segundo a Polícia Militar de Colniza.
As informações iniciais apontam que o ataque ocorreu depois que um morador da região conhecido como “Francisco Arara”, que se apresenta como indígena, organizou um grupo de pessoas armadas, incluindo muitos índios, e avisou por aplicativo de telefone celular que atacaria a base da Funai na noite de ontem.
A ameaça foi informada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Polícia Federal (PF), mas o reforço não chegou a tempo. O grupo deu deu vários tiros contra a base, onde sete funcionários do órgão buscaram proteção. Eles reagiram também com armas de fogo.
Os servidores primeiro atiraram para o alto, mas o ataque não cessou. Depois os tiros foram dados na direção dos atacantes. Um deles morreu no local. Segundo a Folha de S. Paulo, que foi quem divulgou o caso, Francisco – que afirma ser indígena da etnia arara – exige posse sobre um pedaço da terra indígena da etnia de índios isolados conhecida como kawahiva do Rio Pardo, de 412 mil hectares.
Além disto, conforme a reportagem, horas antes do ataque, a Funai havia apreendido uma máquina usada para derrubada ilegal de madeira na terra indígena, o que teria sido a gota d’água para a ação do grupo liderado por Francisco. Um novo ataque não está descartado.
Quatro policiais militares e onze servidores da Funai estão vigiando a base. A Polícia Federal informou à Funai que vai enviar à região policiais para começar a investigação sobre o crime. As armas usadas pelo pessoal da Funai no momento do ataque foram recolhidas e passarão por perícia da PF.
Região complicada
A chacina na Gleba Taquaraçu aconteceu em 2017, no município de Colniza. Ao todo, foram confirmadas nove mortes, sendo três pessoas de Rondônia e três do distrito de Guariba.
As vítimas foram identificadas por equipe da Politec, são elas: Izaul Brito dos Santos, de 50 anos, Ezequias Santos de Oliveira, 26 anos, Samuel Antônio da Cunha, 23 anos, Francisco Chaves da Silva, 56 anos, Aldo Aparecido Carlini, de 50 anos, Edson Alves Antunes, 32 anos, Valmir Rangeu do Nascimento, 55 anos e Sebastião Ferreira de Souza, 57 anos, que era pastor da Assembleia de Deus.
No fim do ano passado, o prefeito de Colniza, Vando Colnizatur (PSB), foi executado dentro do próprio carro, na cidade. O homicídio aconteceu na região central da cidade, à luz do dia. Os criminosos se aproximaram em um carro ainda não identificado, fizeram uma série de disparos e conseguiram fugir.
Texto: Wesley Santiago