Ativistas dizem que Mato Grosso é o Estado que mais mata LGBTs

Em Mato Grosso, cerca de 400 pessoas da comunidade LGBT foram assassinadas no ano passado, segundo dados apresentados na audiência pública 50 anos de Luta Pelos Direitos LGBTI+, que ocorreu na Assembleia Legislativa (ALMT), em Cuiabá, nessa quinta-feira (27).

“Mato Grosso, segundo as estatísticas apresentadas na audiência pública, é o Estado que mais mata LGBT no Brasil. É um número assustador”, afirmou o ativista Menotti Griggi.

Para Menotti, a estimativa é ainda mais significativa por ter sido apresentada um dia antes da celebração de 50 anos da Rebelião de Stonewall. Essa revolução, conforme o ativista, é um marco para a luta da população homossexual em todo o mundo.

“A partir desse momento histórico, começou a se pensar no movimento LGBT no mundo. Tanto é que no ano seguinte, 1970, foi realizada a primeira parada gay do mundo, em Nova York”, expôs.

“Toda a população LGBT começou a entender que era possível se organizar enquanto movimento e fazer reivindicações que eram necessárias naquele momento”, completou.

No dia 28 de junho, diversas cidades possuem um calendário de atividades para comemorar a luta da comunidade. Em Cuiabá, a Secretaria de Estado de Saúde realiza o 1º Encontro de Promoção da Saúde da População LGBTI: 50 anos de Luta por Visibilidade.

“A gente vai buscar uma discussão baseada na proposta de implantação da política nacional de saúde LGBTI, do Ministério da Saúde, que ainda não está sendo implantada em Mato Grosso”, explicou o servidor público Rodrigo Carvalho, que está na organização do evento.

O seminário acontece no auditório da Escola de Saúde Pública, no Bairro Coophema, durante todo o dia e é gratuito.

De acordo com Rodrigo, a população LGBT se vê necessitada de um atendimento humanizado nas unidades de saúde. Ele ainda frisou a importância de dar voz à comunidade e entender as suas demandas.

“Ainda enfrentamos algumas questões relacionadas ao nome social. Eles ainda relatam que não encontram um acolhimento adequado como ser chamado seu nome social. É importante que a população esteja conosco. Precisamos ouvir o público alvo, as suas demandas diretamente. Porque, do contrário, acaba fazendo políticas públicas que não são eficazes”, afirmou.

Texto: Bianca Fujimori/Mídia News