Bebê vítima de ritual com agulhas tem melhora e deve deixar UTI

Há duas semanas internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica da Santa Casa de Rondonópolis após ter agulhas inseridas em seu corpo, em ritual de magia negra, a menina, de 4 meses de idade, apresenta melhora e aguarda uma decisão judicial para ser transferida para a enfermaria da unidade.

Isso porque a avó materna, indicada pela promotora para ficar com a guarda provisória, ainda não tem a documentação em mãos. O pai da criança, Wellinton de Jesus Costa, 28, está preso na Penitenciária Mata Grande, em Rondonópolis e a mãe, de 17 anos, está apreendida no Centro Socioeducativo de Cuiabá.

“Ela [bebê] está internada, mas está bem. Só está na UTI esperando a resposta do juiz sobre quem vai ficar com a guarda porque, saindo da UTI, ela vai ficar na enfermaria, mas tem que ter alguém acompanhando e só pode quem tiver a guarda”, disse ao  Ivete Rodrigues, conselheira tutelar que acompanha o caso.

A conselheira conta que a menina passou por uma cirurgia no último final de semana, na qual os médicos tentaram retirar as agulhas que estão em seu corpo – duas no crânio e uma no abdômen. 

O objeto que estava no abdômen acabou quebrando e somente uma parte foi retirada. Mesmo assim, a bebê responde bem ao tratamento, respira sem aparelhos, come bem, brinca e até já voltou a sorrir ao interagir com as pessoas.

Questionada sobre a reação da avó do bebê com a atitude da filha em entregar a menina para um ritual macabro, Ivete Rodrigues diz que foi uma surpresa porque a atitude não condiz com o comportamento dela.

“A mãe não esperava isso porque ela [a mãe do bebê] era uma menina que nunca deu trabalho na rua, nem na escola, sempre foi uma menina quieta, que não fala nada com ninguém, não desabafa com ninguém”, comentou.

A conselheira tutelar também ressaltou que toda a população da região de São Pedro da Cipa (180 km ao Sul de Cuiabá), onde ocorreu o crime, está abalada com a história, além dela própria como profissional.

“Esse foi um caso que chocou a cidade. Eu nunca tinha trabalhado numa situação dessa”, concluiu. 

Texto: RepórterMT