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Bens de padrasto suspeito de tortura são apreendidos para custear tratamento de criança deficiente
A Polícia Judiciária Civil (PJC) de Sorriso cumpriu, nesta quarta-feira (28), a decisão judicial expedida 2ª Vara Criminal para apreensão de objetos na joalheria de Fernando Loderlo Alves, de 30 anos, suspeito de torturar a enteada, de 6 anos, que é deficiente visual. Os bens serão revertidos ao custeio de tratamento da vítima, que também apresenta autismo e lesões provenientes das agressões.
O acusado está foragido há 14 dias e a mãe da menina, que sabia do crime de tortura, segue detida no presídio feminino de Colíder. O delegado Márcio Portela informou à TV Sorriso e ao Portal Sorriso que foram apreendidos relógios, alianças e maquinários usados na confecção de joias, os quais já estão à disposição da Justiça. “A finalidade é custear o tratamento da criança que sofreu com o crime praticado”, frisou,
A menina está aos cuidados do pai biológico e da avó paterna. Quanto ao suspeito, a polícia segue à procura para cumprimento do mandado de prisão preventiva. Após receber denúncias, uma equipe da PJC foi ao município de Nova Ubiratã para checar se Fernando estava escondido em fazendas da região. Porém, ele ainda não foi encontrado.
“Acreditamos que ele esteja em um local mais isolado, fazenda ou algo do tipo e deixamos o alerta para quem tenha informação repassar à Polícia Civil. Quem acobertar também está cometendo crime, que pode até resultar em prisão”, destacou o delegado, acrescentando que Fernando será indiciado pelos crimes de tortura e cárcere privado.
Quanto ao depoimento especial da criança, a Comarca de Sorriso está trabalhando com o “Protocolo Integrado de Atendimento a Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência”. A menina foi acolhida pelos integrantes da Rede de Proteção à criança Vítima ou Testemunha de Violência.
No dia 15 de julho, a menina foi encontrada por policiais militares em um estabelecimento comercial, no centro de Sorriso. A mãe tentou impedir o trabalho dos militares e recebeu voz de prisão. A criança estava com hematomas pelo corpo e sinais de desnutrição. “Ela estava no banheiro com várias lesões pelo corpo, sangramento na mão”, lembrou o delegado.
A criança ainda apresentava febre, quadro de desnutrição e estava com algumas costelas quebradas. À polícia, a mãe da vítima negou o crime praticado pelo marido, mas depois assumiu que o homem batia na menina e ainda usava alicates do trabalho dele para machucar as unhas da enteada.
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