Bezerra compara situação do presidente Temer à de Jesus Cristo

O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) comparou a situação do presidente Michel Temer (PMDB) com a de Jesus Cristo, em entrevista. Para o parlamentar, existe uma vontade da opinião pública de condenar o presidente, apesar de a denúncia da Procuradoria Geral da República ser “inepta”.

“O relator [da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara] inventou essa figura in dubio pro societate. Aliás, o primeiro a ser condenado com base nisso foi Jesus Cristo. Não acharam nenhum crime nele, mas a plebe queria a condenação. Pôncio Pilatos mandou matá-lo, mandou crucificá-lo, quando ele era um inocente”, disse Bezerra.

“Sou membro da CCJ e votei contra o parecer do relator, deputado Sérgio Zveiter. Sou advogado e me especializei no direito criminal. Essa denúncia apresentada é totalmente inepta tecnicamente. Quem conhece de direito penal sabe que ela é inepta. Tanto é que o relator dizia que as provas eram frágeis”, afirmou o peemedebista.

O relator votou pela admissibilidade da denúncia, mas seu voto foi rejeitado. O texto agora segue para o plenário.

As declarações de Bezerra foram dadas em entrevista concedida ao Jornal do Meio-dia, da TV Record.

Temer é acusado pelo Ministério Público Federal de ter cometido crime de corrupção passiva, com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS.

Por se tratar de um presidente da República, o Supremo Tribunal Federal (STF) só pode analisar a denúncia se a Câmara autorizar.

Bezerra coloca em xeque, inclusive, a gravação feita pelo empresário Joesley Batista, da JBS, que, em conversa com o presidente, disse que tinha “zerado as pendências” com o ex-deputado federal Eduardo Cunha.

Ainda na gravação, Temer disse “tem que manter isso aí”. “A gravação não é a base. A gravação não prova nada, não é suficiente. Tecnicamente a peça é inválida por isso votei contra [o prosseguimento da denúncia]. Fosse qualquer outro presidente, eu votaria do mesmo modo”, afirmou Bezerra.

Compra de deputados”

Ainda durante a entrevista, o deputado disse não ver anormalidade na liberação R$ 15 bilhões em programas e emendas pelo Governo Federal às vésperas da votação no plenário da denúncia contra Temer.

Segundo o deputado, há muita “falácia” em torno desse assunto.

“Eu nunca precisei fazer negociação para emenda. Isso é um pouco de falácia. Tem muita falácia nisso. Essas liberações são impositivas, são legais, o Governo é obrigado a fazer. Você apresenta emenda no orçamento e o Governo é obrigado”, concluiu Bezerra.

Texto: Mídia News