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Câncer de boca deve atingir 190 novos casos este ano em MT
Estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que, somente neste ano, 150 homens e 40 mulheres, considerando-se as taxas brutas de incidência por 100 mil habitantes, tenham câncer bucal em Mato Grosso. No país, este tipo de tumor maligno é o quinto de maior incidência entre o público masculino. O cigarro e o álcool são fatores de risco para o surgimento da doença que pode mutilar o rosto e levar a óbito.
No Brasil, a estimativa do Inca é que no biênio 2018-2019, 14.700 novos casos sejam diagnosticados, sendo 11.200 entre o público masculino e 3.500 entre o feminino. Conforme a cirurgiã-dentista, Dra. Diurianne Caroline Campos França, doutora em Ciência Odontológica com concentração em Saúde Bucal da Criança, membro do Núcleo Técnico Científico do Telessaúde, ligado à Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (Ses-MT), estes dados colocam o câncer de boca como um problema de saúde pública. “A doença mata mais de 5 mil pessoas por ano e o nosso país tem a terceira maior incidência mundial, ficando atrás apenas da Índia e da antiga Tchecoslováquia”, pontua.
Sabendo deste contexto e focando sempre na capacitação dos profissionais em Mato Grosso, o Conselho Regional de Odontologia (CRO-MT), a Coordenadoria de Saúde Bucal da SMS Cuiabá e o Telessaúde realizaram na semana passada um curso aos profissionais das equipes de saúde bucal, da estratégia de saúde da família de Cuiabá, sobre a prevenção e diagnóstico precoce das doenças bucais, com ênfase no câncer de boca.
Conforme Diurianne Caroline Campos França, responsável pela capacitação, o diagnóstico do câncer de boca geralmente acontece tardiamente, já em estágio avançado. Além disso, a mortalidade da doença está em torno de 50%. “Ele aparece geralmente como uma ferida, caroço ou mancha em qualquer região da boca, que quando diagnosticado em fase inicial, tem cura”, destaca. No total, estiveram presentes nestes dois dias de capacitação cerca de 38 profissionais.
Exatamente pelo alto índice de morbidade e mortalidade – cerca de 40% dos pacientes morrem e 25% apresentam metástase à distância – é que capacitações como estas são fundamentais. “Sabemos que há uma grande possibilidade de diminuição destes índices através da identificação precoce. Os esforços do sistema de saúde em relação a esse problema devem se concentrar na capacitação dos profissionais de saúde, mas também na educação do público, informando-o quanto aos fatores de risco, sinais e sintomas de alerta, bem como sobre a realização do autoexame bucal”, completa a palestrante.
Conforme o CRO-MT, o tabaco, álcool, exposição solar, HPV, má higiene bucal e alimentação são fatores externos frequentemente associados ao câncer bucal. Dentre os fatores internos estão a genética, desnutrição, imunossupressão, idade e sexo. A enfermidade tem comportamento agressivo e o tratamento é mutilante, além de ser excludente socialmente. A prevenção, tanto por meio do autoexame bucal como exames em consultórios, é fundamental.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevenção pode ajudar a reduzir a incidência de câncer em até 25% até 2025. O CRO informou ainda que o Ministério da Saúde (MS) identifica abaixo os principais sinais ou sintomas que devem ser observados, como lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, palato (céu da boca) e bochecha; caroços no pescoço; rouquidão persistente; dificuldade de mastigação e de engolir; dificuldade na fala; e sensação de que há algo preso na garganta.
Texto: Diário de Cuiabá