Centro-Oeste é a região com maior número de casos de assédio sexual

Pesquisa da organização internacional de combate à pobreza ActionAid mostra que 86% das mulheres brasileiras entrevistadas sofreram assédio em público em suas cidades. A Região Centro-Oeste é onde as mulheres mais sofreram assédio nas ruas, com 92% de incidência do problema.

Em seguida, vêm o Norte (88%), o Nordeste e Sudeste (86%) e Sul (85%). Para a delegada da Delegacia Especializada da Mulher de Cuiabá, Jozirlethe Magalhães Criveletto, as mulheres ainda sofrem muita discriminação até mesmo por suas escolhas. “Quando uma mulher é vítima de assédio, ela é questionada sobre seu comportamento”, destacou em entrevista.

Ao abordar o Assédio Sexual no ambiente de trabalho, assunto que ganhou a mídia recentemente por ocasião do episódio envolvendo o ator José Mayer, a delegada orienta que a Delegacia da Mulher é competente para tratar dessa investigação. “Sendo assédio moral no trabalho, infelizmente o nosso código penal ainda não o elevou à condição de crime, cabendo à Justiça do Trabalho”, explicou. No entanto, a vítima pode sofrer diminuição de sua autoestima, ser difamada, injuriada. “Nestas condições também pode ser feito um procedimento penal a esse respeito”.

Apesar de difícil constatação, a palavra da vítima tem tido muito peso para as autoridades judiciais como prova nos casos de assédio sexual. “Cantadas podem caracterizar a contravenção de perturbação da tranquilidade”.

Ela alertou que o prazo para a denúncia é de seis meses. “A discriminação contra mulher é tão grande, até para ela perceber que é vítima, que existiu um assédio sim, ela demora, ela tem medo do julgamento das pessoas, e do grau de culpa que vão colocar em cima dela”. A cultura do estupro, por exemplo, é o histórico de discriminação quem vem de anos.

Texto: RepórterMT