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COI autoriza participação dos 271 atletas russos na Olimpíada do Rio
O Comitê OIímpico Internacional (COI) anunciou no começo da noite desta quinta-feira que os 271 atletas russos liberados pelas federações internacionais após o escândalo de doping no esporte do país estão aptos a participar da Olimpíada do Rio de Janeiro. Três membros do Conselho Executivo da entidade – Ugur Erdener (presidente da comissão e presidente da comissão médica e científica), Claudia Bokel (presidente da comissão dos atletas) e Juan Antonio Samaranch – compuseram o Painel de Revisão do caso e aceitaram as inscrições dos atletas selecionados pelo Comitê Olímpico da Rússia, que já havia divulgado a decisão pouco antes. A lista original russa tinha 389 participantes, mas as equipes de atletismo e levantamento de peso foram integralmente vetadas. E diversos esportistas de outras modalidades acabaram impedidos de competir por envolvimento com doping.
Cronologia do caso
A corredora russa Yulia Stepanova e seu marido, Vitaly Stepanov, ex-oficial da Agência Antidoping Russa (Rusada), foram os delatores que tornaram possível a reunião de evidências que provassem a dimensão do esquema para burlar o controle antidoping do atletismo do país. Após fornecer documentos e conceder entrevista à rede alemã ARD, que tornou as denúncias públicas, a atleta foi considerada “traidora” na Rússia e mudou-se para o exterior. A Agência Mundial Antidoping (Wada) a classificou como “corajosa” pelos riscos que assumiu ao expor a fraude, e o Comitê Olímpico Internacional (COI) a liberou para competir no Rio com a bandeira de atleta neutra.
No dia 13 de novembro de 2015, a IAAF suspendeu a Federação de Atletismo da Rússia como membro da entidade. A punição foi confirmada em 26 de novembro e novamente no dia 17 de junho de 2016. O Comitê Olímpico russo entrou com um pedido junto ao CAS, no dia 3 de julho, para a liberação de atletas que não haviam violado nenhuma regra antidoping. No último dia 15 de julho, 67 atletas do país entraram com um recurso contra a decisão da IAAF de negar os pedidos dos mesmos competir como atletas neutros. Apenas uma ganhou sinal verde da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). Foi a saltadora Darya Klishina, que treina nos Estados Unidos e poderá competir no Rio como atleta neutra, sem a bandeira da Rússia. Delatora do escândalo de doping que culminou na suspensão, Yulia Stepanova também poderá competir nas mesmas circunstâncias.
No dia 19 de julho, o relatório da comissão independente da Wada, feito sob a liderança do professor e advogado esportivo Richard McLaren, confirmou diversas denúncias feitas em maio pelo ex-diretor do laboratório nacional de antidoping da Rússia, Grigory Rodchenkov. Segundo o documento, foi comprovado que o chamado “método de desaparecimento positivo” havia sido utilizado de 2011 a 2015 com supervisão direta do Ministério do Esporte, com assistência de laboratórios de Moscou e Sochi e de agências governamentais como a FSB, nome atual da antiga agência de espionagem soviética KGB.
Após a divulgação do relatório, o presidente Thomas Bach afirmou se tratar de “um ataque chocante e sem precedentes sobre a integridade do esporte e sobre os Jogos Olímpicos” e que a entidade não hesitaria em tomar as “mais duras sanções disponíveis” contra as partes implicadas.
Texto: Globoesporte.com