Contrato da EIG Mercados com Detran é de R$ 3 milhões mensais

A empresa EIG Mercados, alvo da Operação Bereré, deflagrada pelo Gaeco nesta segunda-feira (19), possui um contrato de aproximadamente R$ 3 milhões mensais com o Governo do Estado, por meio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).

A informação foi confirmada pelo presidente da autarquia, Thiago França. Segundo ele, a EIG é responsável por prestar serviços de registro de financiamentos de contratos de veículos.

Do valor arrecadado pela empresa, cerca de R$ 1,5 milhão é repassado ao Detran. Segundo o presidente Thiago França, o contrato firmado com a empresa já foi alvo de auditorias realizadas pelo Poder Executivo e também pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).

França, no entanto, não descarta uma rescisão contratual, caso a operação deflagrada nesta manhã aponte fraudes no contrato.

“Na gestão do governador Pedro Taques já foi feito trabalho de auditoria nesse contrato, tanto que houve vários aprimoramentos nesse contrato, inclusive no aumento do repasse de valor. Antes essa concessionária repassava 10% dos serviços prestados ao Governo. Hoje repassa 50% do que realmente é arrecadado”, disse França.

“Essa operação de hoje é uma investigação sigilosa e eu queria ter a precaução e conhecimento dessas informações antes de adotar qualquer postura. O que posso dizer é que não temos compromisso com a coisa errada. Se houver a necessidade de rescindir o contrato, nós rescindiremos, sem nenhum tipo de preocupação ou dúvida”, afirmou o presidente.

Ainda de acordo com Thiago França, não foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede do Detran.

Operação Bereré

São alvos da operação deflagrada nesta manhã, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), o deputado estadual Mauro Savi (PSB), o ex-deputado federal Pedro Henry, servidores públicos, empresas e particulares.

A operação é desdobramento da delação premiada do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o “Dóia”.

Ele revelou esquemas de corrupção na autarquia, iniciados em 2009, e que renderia, ao menos, R$ 1 milhão por mês.

As empresas FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação Ltda. (que agora usa o nome de EIG Mercados Ltda.), e a Santos Treinamento Ltda. teriam sido usadas para lavar dinheiro no esquema.

Texto: Mídia News