Coronel Taborelli se entrega à Justiça após pedido de prisão

O ex-deputado estadual e coronel aposentado da Polícia Militar, Pery Taborelli da Silva Filho, se entregou à Justiça na tarde desta sexta-feira (1º) após ter sua prisão decretada por não comparecer às audiências determinadas em juízo. Com isso, ele evita ser levado à prisão.

Taborelli tinha dois mandados de prisão expedidos contra si em razão de não ter comparecido à audiência para fixar as condições impostas ao regime semiaberto, no processo em que foi condenado a 2 anos, 4 meses e 13 dias de detenção.

Ele foi condenado em abril deste ano por abuso de autoridade e privação de liberdade contra um grupo de pessoas e adolescentes quando atuava em Rosário Oeste (133 km de Cuiabá) como chefe da PM.

O 1º mandado de prisão (nº 561858) foi determinado em 31 de outubro e expedido em 10 de novembro, pois o coronel não compareceu à audiência marcada para o dia 27 de setembro. Como ele não foi novamente encontrado, um novo mandado (nº 564926) foi expedido na terça-feira (28).

Ao tomar conhecimento dos mandados, a defesa de Taborelli solicitou ao Juízo que revogasse o pedido de prisão e que nova audiência fosse designada para esta sexta-feira. Com seu comparecimento à 2ª Vara Criminal de Cuiabá, Taborelli evita de ser levado à prisão.

Condenação

Taborelli foi condenado por agir de forma truculenta contra três adolescentes durante a comemoração do aniversário de 150 anos de Rosário Oeste, ocorrida em 2011, época em que ele era comandante do batalhão da cidade.

De acordo com denúncia do Ministério Público, sob o comando de Taborelli os policiais abordaram um grupo de pessoas, onde supostamente havia adolescentes ingerindo bebidas alcoólicas. Taborelli chegou a questionar os organizadores da festa sobre a presença dos menores e desencadeou uma operação “Choque de Ordem”.

Ele mandou desligar o som e determinou que as pessoas fossem embora para casa. Contudo, três adolescentes foram colocados no camburão das viaturas, de forma truculenta, e levados até a delegacia da cidade.

Uma adolescente declarou à justiça que estava acompanhada dos irmãos maiores de idade e, mesmo assim, foi puxada pela camisa por Taborelli, até o momento em que a roupa se rasgou. Ela contou ainda o coronel puxou sua calcinha a ponto de machucar sua virilha. Além dos adolescentes, outros adultos que estavam no local também foram detidos.

Diante do caso, o desembargador Gilberto Giraldelli, relator do processo, votou pela condenação do militar. A decisão foi acompanhada por unanimidade pelos demais pares da 3ª Câmara do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Além da prisão em regime semi aberto, Taborelli teve seus direitos políticos suspensos por 3 anos, multa de 10 vezes o valor do salário recebido por ele na época e proibição de contratar com o Poder Público.

Texto: Gazeta Digital