CPI quer que Riva confirme se pagou ou não mensalinho a Emanuel

Passada a primeira fase de oitivas, os membros da CPI do Paletó se reúnem nesta quarta-feira (28) para votar uma série que requerimentos que pedem a convocação de novas testemunhas.

Entre elas, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, o deputado estadual Daltinho de Freitas (SD) e o irmão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), Marco Pólo Pinheiro, o “Popó”.

A CPI apura suposta quebra de decoro e obstrução de justiça por parte do prefeito da Capital, flagrando enchendo os bolsos do paletó com maços de dinheiro, à época em que era deputado estadual.

Em seu depoimento, Silval afirmou que, além de receber propina por meio de um esquema nas obras do MT Integrado, Emanuel  foi beneficiado com pagamentos de “mensalinho” ocorridos na Assembleia Legislativa, bem como tratativas envolvendo uma possível compra de voto para a eleição da Mesa Diretora.

“O depoimento do ex-governador trouxe detalhes importantes. Sobre essa questão do pagamento de mensalinho, queremos mais alguns detalhes. Por isso solicitei a convocação do ex-deputado Riva, que poderá detalhar melhor como era instrumentalizado isso lá dentro da Assembleia”, disse o presidente da CPI, vereador Marcelo Bussiki (PSB).

“A CPI apura suposto recebimento ilícito de valores por parte do prefeito, podendo configurar quebra de decoro. Então, essa questão do mensalinho insere sim no objeto da CPI e vamos explorar esse tema”, completou o presidente, ao explicar que o suposto recebimento de mensalinho não fere o objeto da CPI.

“Propina mesmo”

Em depoimentos já prestados à CPI, o ex-governador Silval Barbosa e seu então chefe de gabinete, Silvio Correa, afirmaram categoricamente que os valores entregues a Emanuel eram fruto de propina.

A defesa do prefeito, por sua vez, alegou que o montante era relativo a pagamentos de pesquisas eleitorais realizadas por Popó.

A própria defesa de Emanuel é quem requereu a oitiva de Popó.

Oitiva de deputado

Os membros da comissão também irão avaliar a oitiva do deputado estadual Daltinho, em razão de fatos revelados no depoimento de Silval.

À CPI, o ex-governador afirmou que alguns deputados chegaram a realizar uma reunião no colégio de líderes para definir uma forma de “chantageá-lo”.

Esta reunião teria sido gravada por Daltinho e usada como “moeda de troca” para que ele – à época suplente – continuasse como titular da Assembleia.

Texto: Camila Ribeiro/ Mídia News