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Paccola contesta viúva e diz que agente estava com arma em punho
O vereador tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos) afirmou, neste domingo (3), ter atirado contra o agente do socioeducativo Alexandre Miyagawa em legítima defesa.
Segundo o vereador, o agente possuía uma arma em punho e não obedeceu a ordem para largar o objeto.
O vereador – que é tenente-coronel da reserva da Polícia Militar e foi atirador de elite do Bope – publicou uma nota à imprensa na madrugada deste domingo, detalhando o caso.
Na ocasião, Paccola afirmou que estava indo em direção a um outro compromisso quando viu uma movimentação em uma distribuidora que fica no Bairro Duque de Caxias, próxima a Praça 8 de abril.
Desceu do carro, observou o local e nada viu, segundo ele. Ao deixar o local, Paccola contou que ouviu populares gritando: “Ele está armado”, “ele vai matar ela”. Neste momento, ele revelou que voltou ao local, se identificou como policial e pediu para o homem abaixar a arma.
“Neste momento, o Vereador Tenente Coronel Paccola se virou e foi até a esquina para observar do que se tratava na rua do lado de fora da conveniência. Ao chegar na esquina, somente quando visualizou o cidadão com uma arma em punho, atravessando a rua com uma mulher à sua frente, diante da cena de clara ameaça, se viu então obrigado a sacar a arma e verbalizou algumas vezes com o cidadão: “POLÍCIA, LARGA A ARMA”!”, consta em trecho da nota.
Sem sucesso e alegando legítima defesa, o vereador disse que atirou contra o agente socioeducativo.
“Infelizmente, ao invés de atender a ordem, o cidadão fez menção de virar com a arma em punho em direção ao Vereador Tenente Coronel Paccola, não restando outra opção, senão o de utilizar os meios necessários e proporcionais para o exercício da legítima defesa própria e de terceiros, com intuito de neutralizar a injusta agressão visualizada, efetuou os disparos que atingiram o Agente Socioeducativo Alexandre”, disse em nota.
Ainda no informativo, ele contesta a versão dada pela namorada do agente prisional, Janaina Sá, de que a arma do agente estava no coldre, na sua cintura.
Segundo o vereador, ao ser atingido, Alexandre deixou a arma cair ao chão. Paccola conta que pediu ao assessor, que o acompanhava, para recolher a arma, visto a grande movimentação de pessoas.
Ele ainda apontou que a namorada de Alexandre, ao vê-lo morto ao chão, demonstrou “forte emoção e comportamento instável”.
“Em virtude da forte emoção e do comportamento instável da mulher após a intervenção, e considerando o risco de alguém pegar a arma de Alexandre, para segurança de todos que estavam no local, o Vereador Tenente Coronel Paccola determinou para seu Assessor que pegasse a arma no chão, que estava ao lado da mão direita de Alexandre”, disse.
“Sendo assim, ficou visível nas fotos e vídeos somente o coldre rígido que estava em sua cintura, aparentando ser uma arma, como divulgado em alguns sites de notícia. Com a chegada da primeira equipe da Polícia, a arma de Alexandre com carregador e munições foi entregue ao policial, e ainda assim, a mulher tentou tomar a arma no coldre do Policial”, completou.
A arma foi entregue para a Polícia Civil, assim que os policiais chegaram ao local.
Ao final da nota, Paccola trata o caso como “fatalidade” e diz que a morte do agente deixou duas famílias “abaladas”
“Por fim, neste momento, são duas famílias que estão abaladas, e o Vereador expressa seus mais sinceros sentimentos de pesar aos amigos e familiares que estão enlutados. O Vereador Tenente Coronel Paccola também agradece o carinho e preocupação de todos que se manifestaram em apoio, compreendendo as circunstâncias dessa fatalidade, e reforça sua confiança no trabalho da Polícia, da Perícia e da Justiça”, finalizou.
Veja nota na íntegra:
Em virtude da veiculação na mídia desde o ocorrido na noite do dia 01/07/2022, com diversas matérias e versões sobre uma situação envolvendo o Vereador por Cuiabá, Tenente Coronel Paccola e o Agente Socioeducativo Alexandre Miyagawa, o que se tem a informar no momento é que o Vereador Paccola estava em deslocamento para um compromisso, por volta das 19h30 (horário local), e, durante a conversão da Av. Presidente Artur Bernardes com a Avenida Senador Filinto Muller, no bairro Quilombo, se deparou com o trânsito parado e diversos populares se aglomerando nas proximidades do estabelecimento de esquina. Diante da situação, como sempre fez em toda sua vida profissional, como oficial da reserva da Polícia Militar, no compromisso de SERVIR E PROTEGER MESMO COM O RISCO DA PRÓPRIA VIDA, desceu do veículo para verificar do que se tratava a situação, já que não havia a presença de nenhuma viatura ostensiva no local.
No primeiro momento, da posição de desembarque até o local que se aproximou na calçada, não avistou ninguém armado, e aparentemente, seria tão somente uma situação de discussão entre populares que se xingavam. Como não visualizou nada de grave, chegou a dizer ao seu Assessor que era só um desentendimento e que já estavam atrasados para o compromisso.
No entanto, após ter decidido sair do local, ouviu alguém que estava no meio da aglomeração gritando: “ELE ESTÁ ARMADO”, e logo em seguida ouviu um terceiro falando: “ELE VAI MATAR ELA”. Neste momento, o Vereador Tenente Coronel Paccola se virou e foi até a esquina para observar do que se tratava na rua do lado de fora da conveniência. Ao chegar na esquina, somente quando visualizou o cidadão com uma arma em punho, atravessando a rua com uma mulher à sua frente, diante da cena de clara ameaça, se viu então obrigado a sacar a arma e verbalizou algumas vezes com o cidadão: “POLÍCIA, LARGA A ARMA”!
Infelizmente, ao invés de atender a ordem, o cidadão fez menção de virar com a arma em punho em direção ao Vereador Tenente Coronel Paccola, não restando outra opção, senão o de utilizar os meios necessários e proporcionais para o exercício da legítima defesa própria e de terceiros, com intuito de neutralizar a injusta agressão visualizada, efetuou os disparos que atingiram o Agente Socioeducativo Alexandre.
Em virtude da forte emoção e do comportamento instável da mulher após a intervenção, e considerando o risco de alguém pegar a arma de Alexandre, para segurança de todos que estavam no local, o Vereador Tenente Coronel Paccola determinou para seu Assessor que pegasse a arma no chão, que estava ao lado da mão direita de Alexandre. Sendo assim, ficou visível nas fotos e vídeos somente o coldre rígido que estava em sua cintura, aparentando ser uma arma, como divulgado em alguns sites de notícia. Com a chegada da primeira equipe da Polícia, a arma de Alexandre com carregador e munições foi entregue ao policial, e ainda assim, a mulher tentou tomar a arma no coldre do Policial.
Após o ocorrido, o Vereador Tenente Coronel Paccola permaneceu no local e solicitou o acionamento da Polícia e do SAMU, bem como o isolamento do local para perícia. Na sequência, deslocou-se até a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa para fazer sua apresentação espontânea ao Delegado de Polícia Judiciária Civil.
Sobre os relatos dos acontecimentos antes da intervenção do Vereador Paccola, relacionados à direção perigosa e ameaças contra populares que estavam na conveniência, ele só tomou conhecimento posteriormente. Ressalta o Vereador Tenente Coronel Paccola que a mistura de álcool, direção e arma é potencialmente perigosa, e geralmente causa danos graves e irreversíveis.
A DHPP tomou todas as providências cabíveis acompanhando o trabalho dos peritos da POLITEC, e, na sequência, sob presença de 04 Delegados, realizaram a apreensão das armas e as oitivas de testemunhas, e também do Vereador Tenente Coronel Paccola. Foi instaurado um Inquérito que irá investigar todas as causas e circunstâncias do ocorrido, que se deu diante de várias testemunhas e de câmeras existentes na região.
Por fim, neste momento, são duas famílias que estão abaladas, e o Vereador expressa seus mais sinceros sentimentos de pesar aos amigos e familiares que estão enlutados. O Vereador Tenente Coronel Paccola também agradece o carinho e preocupação de todos que se manifestaram em apoio, compreendendo as circunstâncias dessa fatalidade, e reforça sua confiança no trabalho da Polícia, da Perícia e da Justiça.