Delegados rejeitam proposta e retomam greve em Mato Grosso
Os delegados da Polícia Civil de Mato Grosso voltaram a cruzar os braços nesta segunda-feira (13), em todo o Estado, após terem suspendido a greve, por uma semana.
A categoria não aceitou a terceira proposta apresentada pelo Governo para pagar a Revisão Geral Anual (RGA) e decidiu retomar o movimento grevista por tempo indeterminado.
O Executivo reafirmou a proposta de quitar 6% dos 11,27% da revisão inflacionária dos servidores públicos, em três parcelas – em setembro deste ano e em janeiro e abril de 2017.
O Palácio Paiaguás também reiterou a possibilidade de pagar os 5,27% restantes da reposição a partir de março do ano que vem, desde que o Estado esteja enquadrado nos gastos com folha salarial exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
“Não consideramos a proposta porque ela não traz datas específicas. Não podemos ficar condicionados à melhora da arrecadação do Estado, é muito arriscado. O Governo precisa firmar um compromisso com prazos”, disse o presidente do Sindicato dos Delegados (Sindepo), Wagner Bassi.
Os delegados haviam suspendido a greve no último dia 6, após a Justiça ter considerado o movimento de 11 categorias ilegal, incluindo os servidores da Polícia Civil.
O desembargador Alberto Ferreira de Souza determinou o imediato retorno ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
Wagner Bassi afirmou que o Sindepo já recorreu da decisão do Tribunal de Justiça.
Além dos delegados, os investigadores da Polícia Civil, os servidores da Saúde e do Detran decidiram contrariar a decisão judicial e continuar com o movimento.
Ataques
Em meio ao clima tenso, com uma onda de violência na Grande Cuiabá e outras cidades do Estado, Bassi afirmou que é dever do Governo garantir a segurança da população.
“Acreditamos que o Estado tem toda a condição de resolver esse problema. Não é a greve dos delegados, especificamente, que vai agravar essa situação. Mas é preciso, sim, que o Governo dê condições para que esses ataques não ocorram mais”, disse ele.
O policial se referia aos ataques que teriam sido ordenados de dentro da Penitenciária Central do Estado, no final da semana, e que resultaram em vários ônibus incendiados e em atentados a residências de agentes penitenciários e policiais, na Capital e no interior .
Texto: Mídia News