Deputado propõe fim do benefício de carros oficiais a políticos e magistrados

O deputado federal Victório Galli (PSC) apresentou dois projetos polêmicos e que mexem com “benefícios” dados a políticos. Coordenador da bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional, Galli tem proposta para extinguir o uso de veículos oficiais para autoridades dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e do Ministério Público. A única exceção é para o presidente da República.

“Eu tenho um projeto também para tirar mordomias de políticos, inclusive aqueles que têm carro oficial, incluindo senadores. Quer um carro? Aluga um. Já tem ajuda com o combustível. Nós temos 81 senadores. Aí tem os juízes. Imagine quantos carros o Governo tem que comprar. Imagina esse dinheiro utilizado na saúde, nas escolas, em merenda escolar”, explica o parlamentar.

O projeto de lei foi encaminhado à análise da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados. No entanto, não existe prazo para apreciação em plenário.

“Em tempos de crises econômica, política e social, temos que engolir os carros oficiais das autoridades públicas dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, além dos membros do Ministério Público, isso é no mínimo uma afronta ao bolso e à paciência dos brasileiros”, diz trecho da justificativa.

Galli considera o uso de carros oficiais como “caixa preta”, que diz que precisa ser aberta. Segundo o parlamentar, a compra e manutenção dos veículos custaram aos cofres públicos R$ 1,6 bilhão, em 2016, sem os gastos com combustível e motoristas.

“O corte com essas regalias nos daria incentivo para aplicar esses recursos em saúde, educação e segurança pública”, completou.

Uma outra proposta de Galli prevê que todo agente público que for afastado do cargo para ser investigado por suspeita de crimes de corrupção, perca o direito ao salário.

“Eu coloquei isso para parar o sangramento do dinheiro público. A pessoa fica sendo investigada, é presa e continua recebendo. A proposta minha diz que o político, juiz, promotor, quem estiver ocupando um cargo público, inclusive para funcionários públicos, entrou em alguma situação em que ele está sendo acusado e afastou do cargo, tem seu salário cortado imediatamente”, salienta.

Questionado sobre o direito de promotores e procuradores de Justiça que recebem verba indenizatória de R$ 14 mil para compra de livros, Galli expõe o lado do trabalhador brasileiro.

“Entendo que livros são ferramentas de trabalho para eles. Mas temos que pensar que a pá, enxada, carriola, são ferramentas para pedreiro. Porque é que o Governo não dá isso também para os pedreiros? Quanto aos motoristas. A carteira de motorista (CNH) é a ferramenta para que ele possa trabalhar. Porque é que ele tem que pagar por isso? Esses privilégios devem acabar”, finaliza Galli.

Texto: Repórter MT