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Deputados reclamam da Saúde e ‘pedem cabeça’ de secretário
A sessão ordinária da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (9), foi marcada por duras críticas contra o secretário de Estado de Saúde, Luiz Soares. Membros da oposição e da base aliada do Governo pedem a demissão imediata do secretário, sob pena de “desmoralização” do governador Pedro Taques (PSDB).
O deputado Romoaldo Júnior (PMDB) afirmou que o Soares vem, sucessivamente, descumprindo ordens do governador. Disse ainda que os parlamentares não têm qualquer tipo de acesso ao secretário.
“Nem a bancada do Governo consegue ser atendida pelo secretário. O que vem a ponto é saber quem manda mais: o governador ou o secretário de Saúde? Por que o governador dá ordens que são descumpridas pelo secretário”, disse Romoaldo, na tribuna.
O parlamentar citou, por exemplo, que o secretário Luiz Soares determinou a suspensão nos serviços do Pronto Atendimento (PA) do Hospital Regional de Alta Floresta. Em razão de o Município não ter Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o prefeito da cidade e alguns vereadores participaram de uma reunião com Taques, tendo a garantia de que os atendimentos não seriam paralisados.
“O governador tranquilizou o prefeito, deu prazo de um ano para o Município concluir a construção da UPA e o Estado continuaria atendendo. Pois bem: o secretário não obedeceu e suspendeu atendimento a partir de hoje”, afirmou o deputado.
Ainda conforme o parlamentar, uma reunião foi realizada na última quarta (8) com o governador em exercício, Carlos Fávaro (PSD), ocasião em que ele determinou pagamento de repasses a unidades de Saúde do Estado. Novamente, conforme o deputado, a determinação foi descumprida pelo secretário.
“O secretario Luiz Soares resistiu à ordem do governador. Então, estamos diante de um impasse. Minha sugestão é essa Casa dar apoio ao governador Fávaro para demitir hoje o secretário e pôr alguém lá que possa gerir a Saúde de Mato Grosso. É impossível que, por teimosia de um secretário, vá continuar morrendo gente no Estado”, disparou Romoaldo.
“Onde já se viu ir contra ordem do governador, sair descumprindo tudo. O secretário é teimoso, acha que está sempre certo. A crise da Saúde é financeira, mas também precisa de conversação. A população está revoltada e com razão. Ou demite ou (o governador) está desmoralizado”.
Críticas foram feitas inclusive pelo líder do Governo na Assembleia, deputado Dilmar Bal Bosco (DEM).
“O governador deu ordem que o secretário Luiz Soares, se achando endeusado, não está cumprindo”.
“Essa Casa precisa ter uma postura séria. Não podemos aceitar o tratamento que o secretario está dando ao povo de Mato Grosso. Sou da base, mas não posso ser omisso”, emendou o deputado Adriano Silva (PSB).
A deputada Janaina Riva (PMDB) ainda disse que irá fazer uma denúncia ao Ministério Público em relação ao secretário.
“Temos um secretário de Saúde que não atende deputado, que não dá resposta, que é grosseiro. Vou fazer uma denúncia, quero saber do Ministério Público porque não analisa a seletividade do secretário Luiz Soares? Qual o critério que eu pago uma pessoa que devo há um mês? E não pago uma pessoa que devo há cinco meses? Ele tem que dar esse esclarecimento”, afirmou.
Outro Lado
O secretário de Estado de Comunicação, Kleber Lima, rebateu as críticas feitas pelos deputados e afirmou que não há qualquer tipo de insubordinação por parte do secretário Luiz Soares.
“Isso não é verdade. Se houvesse alguma insubordinação do secretário, o governador já teria tomado as medidas necessárias. Muitas vezes alguns compromissos do Governo não são possíveis de serem honrados no prazo acordado porque não há conformidade documental e outras irregularidades”, disse.
“A saúde pública infelizmente é muito lucrativa para alguns, que agem na ilegalidade e o secretário Luiz Soares é um homem muito sério. Ele audita antes de pagar e se há irregularidades o pagamento não é feito até que essas irregularidades sejam sanadas”, completou.
Lima disse que o Governo deve analisar sugestão da Assembleia, mas descartou a possibilidade demitir Luiz Soares do cargo.
“O governador já deixou claro isso em outras situações que já teve esses pedidos, que os Poderes são independentes e cada um deve respeitar a autonomia do outro. Ele vai avaliar, com certeza, vai verificar o que está acontecendo, mas a prerrogativa de nomear e exonerar secretário é do governador”, pontuou.
Texto: Mídia News