Dez testemunhas confirmam abuso do pai advogado, revela delegado

Em entrevista nesta sexta-feira (01), o delegado Eduardo Botelho, da Delegacia de Defesa da Criança e Adolescente (Deddica), afirmou que já ouviu 10 pessoas, entre familiares, professores e amigas da adolescente de 14 anos, que teria sido abusada sexualmente pelo pai, o advogado Ueber Carvalho, de 46 anos.

Eduardo explica que em todas as oitivas nenhuma pessoa caiu em contradição e que os indícios dos abusos supostamente cometidos pelo pai são bem fortes.

“Todos confirmaram os relatos que a jovem fez contra o pai. Ele ainda não foi ouvido, porque estou ouvindo primeiro as testemunhas, mas na próxima semana ele será interrogado”.

O delegado reafirmou que não houve conjunção carnal, mas os abusos eram constantes. “O pai sempre acariciava nádega e genitália da vítima”. A prisão do advogado, acusado de estupro de vulnerável, é temporária (30 dias) e poderá ser prorrogada por mais 30.

Botelho ressalta ainda que serão ouvidas outras crianças e adolescentes com os quais o acusado teve contato para averiguar se existem outras vítimas. “Já tenho elementos suficientes e provas contra ele no caso da filha, mas estou ouvindo outras pessoas para ver se não existem mais vítimas”.

OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) informa que foi comunicada acerca da prisão do advogado e analisará as medidas éticas após conhecer os fatos.

“A OAB-MT, ao mesmo tempo em que vai velar para que todas as garantias constitucionais sejam obedecidas, inclusive as prerrogativas do advogado previstas em lei, irá acionar o seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED) para averiguar a acusação”, explicou o secretário-geral da OAB-MT, Ulisses Rabaneda.

De acordo com o presidente da Ordem, Leonardo Campos, caberá ao TED avaliar a conduta ética do advogado, conforme prevê o Código de Ética da OAB e, a partir de então, adotar as medidas necessárias.

Entenda o caso

O advogado Ueber Carvalho, de 46 anos foi preso na quarta-feira (29), suspeito de ter abusado da própria filha.

A mãe da menina procurou a polícia e fez a queixa, depois que a filha disse que “queria ter relação homossexual porque tinha aversão a homens”.

A mãe encontrou todos os relatos no diário da adolescente e em conversas pelo aplicativo whatsapp. Onde ela contava os fatos para uma amiga e com uma professora.

Os pais são separados há mais de dez anos e o abuso começou quando a menina tinha 9 anos de idade. Os crimes aconteciam sempre aos fins de semana, quando a adolescente ia para a casa do pai.

Texto: Gazeta Digital