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“Ele controlava tudo”, diz filha de mulher esfaqueada por ex-marido
O suspeito de esfaquear uma mulher de 45 anos, na manhã desta terça-feira (07/05/2019), era controlador e possessivo. Segundo uma das filhas do agressor e da vítima, Juscelino Sales dos Santos, 50 anos (foto em destaque), mesmo separado, perseguia com frequência Maria da Luz Machado Pereira. “Ele queria controlar tudo, não deixava nem sair”, contou a jovem de 21 anos.
Segundo a filha do casal, mesmo com a prisão do pai, a família não sente plenamente segura. “É muito agoniante, muito triste. Estamos muito preocupados”, desabafou. Ainda de acordo com ela, Juscelino sempre foi agressivo, inclusive tendo batido em Maria da Luz quando ela estava gestante.
Após as agressões, a vítima foi encaminhada ao Hospital Regional de Sobradinho. A Secretaria de Saúde não divultou o estado de saúde dela. Juscelino, por sua vez, foi detido pela Polícia Militar e responderá pelo crime de tentativa de feminicídio. Por medo, a vítima nunca denunciou o terror imposto pelo ex.
O crime
Maria da Luz foi esfaqueada a caminho do trabalho, na região do Colorado, em Sobradinho.
Ela levou facadas no abdômen e tórax e apresentava escoriações na perna esquerda no momento em que recebeu o socorro do Corpo de Bombeiros. Ela foi levada à unidade de saúde consciente e orientada, porém instável.
Segundo informações repassadas pelo sargento César Caldas, o suspeito estava separado da mulher há cerca de três meses. O casal viveu junto por 26 anos e tem três filhos, de 16, 21 e 25 anos. Nesta terça, ele a cercou no momento em que Maria seguia para o motel onde trabalha, na região do Colorado. Eles discutiram e, em seguida, o homem teria esfaqueado a vítima.
Salva por servidor dos Correios
Um servidor dos Correios, que passava de carro pelo local, tentou impedir o crime e o atropelou, mas o homem conseguiu correr. “Ele salvou a vida dela”, disse o militar. Acionados por populares, policiais conseguiram fazer a captura do suspeito, que foi levado para a 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), responsável pela investigação do caso.
Ao ver que o agressor continuava a agredir a mulher no chão, a testemunha diz que começou a buzinar e gritar para que Juscelino parasse. Como ele não atendeu ao pedido, o servidor acelerou o carro e atingiu Juscelino, que saiu correndo com a faca nas mãos em direção ao ponto de ônibus. Vários populares que viram a cena passaram a segui-lo.
Preso, Juscelino disse que portava a faca porque era carpinteiro e negou que tivesse a intenção de matar a vítima.
Feminicídio
Nessa segunda-feira (06/05/2019), outro crime bárbaro. Uma mulher foi assassinada pelo ex em Santa Maria. Acusado do crime, o motoboy Maciel Luiz Coutinho da Silva, 41 anos, morreu em um acidente de trânsito, na BR-040, logo depois.
A Polícia Civil acredita que ele tenha se matado após assassinar a facadas Jacqueline dos Santos Pereira, 39. O atropelamento ocorreu entre o primeiro e o segundo trevo de acesso a Luziânia (GO), no Entorno do Distrito Federal.
Jacqueline foi morta em casa, no Conjunto P da QC 1, em Santa Maria. De acordo com Têlho, o motoboy teria ido até a residência da ex-companheira e a esfaqueado. Depois, fugiu do local pulando o muro da residência. Jacqueline deixa três filhos, era bombeira civil e já havia denunciado ameaças feitas pelo suspeito.
Histórico de violência
De acordo com Têlho, em 26 de abril, a mulher esteve na 33ª DP, onde registrou ocorrência contra Maciel. “Ele ficou alterado na frente da casa dela. A vítima pediu para o suspeito sair, mas ele se recusou. Parece que Maciel já havia ameaçado o atual companheiro dela também. Jacqueline tinha pedido medida protetiva contra ele antes, mas o juiz revogou”, disse o delegado ao Metrópoles.
Aos militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal que estiveram no local, vizinhos disseram que um homem foi visto saltando o muro e que “ouviram os gritos por socorro”. Segundo informaram à corporação, “o mesmo homem teria fugido em uma moto”. Os moradores chamaram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros quando perceberam que a mulher estava inconsciente. Esse é o 10º feminicídio registrado em 2019 no DF.
Texto: Metrópoles