Apuesta360 Bônus: Um Guia Completo para Promoções e Benefícios
Em 2ª votação, deputados de MT aprovam lei de terceirização no Detran
Após mais de dois meses de tramitação, os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovaram por 13 votos a dois nesta quinta-feira (3), em segunda votação, o projeto de lei 775/2015, que prevê a terceirização de serviços do Departamento estadual de Trânsito (Detran) de inspeção veicular, por meio de credenciamento de empresas no estado. Após acompanhar a votação, o Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran) anunciou que buscará medidas judiciais para contestar a nova lei, alegando inconstitucionalidade.
O projeto de lei tinha sido aprovado em primeira votação na sessão da última quinta-feira (25). De volta à pauta da ALMT nesta semana em regime de urgência urgentíssima, na sessão de terça-feira o deputado estadual Zeca Viana (PDT), contrário à proposta, pediu vistas a fim de apresentar um substitutivo integral. Na sessão noturna desta quarta-feira o deputado chegou a apresentar o substitutivo e, quando o projeto original estava prestes a ser colocado em votação, Viana e outros três deputados abandonaram o Plenário, deixando-o com apenas 12 parlamentares – sem quórum para a deliberação.
Até voltar à pauta na sessão matutina desta quinta-feira, o projeto chegou a receber um total de três propostas de substitutivos integrais, mas nenhuma delas chegou a ser acatada. Na votação final, 13 deputados se posicionaram a favor do texto, manifestando-se contra apenas Zeca Viana e Altir Peruzzo (PT). Com o fim do trâmite na ALMT, o texto – de autoria do próprio Poder Executivo – já foi encaminhado para ser sancionado pelo governador Pedro Taques (PSDB)
Nova lei
A proposição aprovada em segunda votação nesta quinta-feira revoga a lei 9.889, de 2013, e altera a lei 9.636, de 2011, de modo a autorizar o Poder Executivo a conceder serviços públicos do Detran a empresas por meio de credenciamento.
O texto se baseia na resolução 466/2013 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que abre a possibilidade de serviços como a inspeção veicular (hoje realizada diretamente pelo Detran dentro de processos de registros, transferência de veículos, emplacamentos etc.) serem realizados por empresas privadas, desde que credenciadas. Em resumo, a proposta prevê que a população tenha opção na hora de realizar os serviços: ou diretamente pelo Detran ou por meio das empresas credenciadas, cujos preços deverão ser regulados por livre concorrência no mercado.
Para o Sinetran, a medida deverá onerar o contribuinte, pois o credenciamento de empresas para a prestação dos serviços terceirizados será feito mediante, entre outros, pagamento de taxas que, consequentemente, teriam custo repassado ao usuário nos preços dos serviços. Em estados onde a inspeção veicular já é feita por empresas credenciadas, segundo o Sinetran, o procedimento custa aproximadamente R$ 150 ao usuário; hoje, a taxa do serviço cobrada diretamente pelo Detran custa R$ 22,80.
Constitucionalidade
De acordo com a presidente do Sinetran, Daiane Renner, a Justiça brasileira já proferiu decisões em outros estados declarando a inconstitucionalidade de leis como a aprovada na ALMT. “Nós não temos dúvida de que o projeto de lei é inconstitucional e, sem dúvida, vamos avaliar medidas para contestar”, anunciou.
Já o deputado Wilson Santos (PSDB), líder do governo na ALMT, declarou-se tranquilo quanto à constitucionalidade da nova lei, lembrando que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) já reforçou o entendimento pela constitucionalidade em ação movida pela deputada Janaína Riva (sem partido), opositora à proposta, e mencionando que leis similares já existem em cerca de dez estados brasileiros (entre eles, Goiás, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Tocantins). “O governador é um constitucionalista e este é um governo que prima pela legalidade”, defendeu o parlamentar.
Segundo Wilson Santos, a lei 9.636 já previa o credenciamento de empresas para prestar serviços junto ao Detran e, nem por isso, o Sinetran se opôs ao texto à época de sua aprovação, em 2011. Ele defendeu que, com a nova lei, o usuário terá a opção de realizar os serviços veiculares diretamente com o Detran ou com uma das empresas a serem credenciadas. “Nós não estamos fazendo concessão, o governo não está tirando os serviços do Detran”, insistiu.
Texto: G1 MT