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Em MT, Ciro Gomes diz que ‘vai comer o pão que o diabo amassou’ se disputar a presidência
Considerado “sem papas na língua”, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) assegurou ter plena consciência de que será duramente atacado pelos adversários, caso aceite disputar a presidência da República pelo PDT, em 2018. A declaração foi feita, ontem, antes de proferir palestra no Congresso Estadual da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
Ele afirmou que o presidente Michel Temer (PMDB) comanda uma quadrilha há duas décadas, ao lado do senador alagoano Renan Calheiros (PMDB) e do ex-deputado fluminense Eduardo Cunha (PMDB), preso e condenado na Operação Lava Jato.
“Estou à disposição do meu partido e do povo brasileiro. Devo pensar muito e muitas vezes antes de ser candidato [à Presidência da República]. Porque o cara que pensa o que eu penso e fala o que eu falo… Sabe que o pão é que o diabo amassou é o que me espera se eu entrar nessa parada. Mas o povo brasileiro merece tudo. E o PDT, se quiser, estou às ordens”, ponderou Ciro.
Todavia, o pedetista não teme os ataques dos possíveis rivais, no pleito de 2017, principalmente daqueles desferidos por PSDB e PMDB. “Tenho 37 anos de vida pública e nunca respondi um inquérito nem para ser absolvido. Mas já briguei com essa gente toda”, provocou ele.
Pelo bem da nação, ele defende a renúncia o presidente Michel Temer. “Fui colega dele. Conheço muito bem essa gente. Posso afirmar o que já fiz antes: ele é o chefe de quadrilha. Ele me processou, eu ganhei”, disparou Gomes.
Mais cedo ou mais tarde, segundo ele, Michel Temer vai ser preso. “Todas as 82 perguntas que o Ministério Público [Federal] fez a ele, eu sei as respostas”, avaliou ele.
“Porque são coisas que ele vem praticando como chefe de quadrilha: ele, Eduardo Cunha e Renan Calheiros – essa turma trabalhou junto a vida inteira para assaltar o Brasil ao longo dos últimos 20 anos. O incrível é o [ex-presidente Luiz Inácio] Lula colocar um homem como esse, na linha sucessória da Presidência do país”, emendou o candidato à Presidência pelo PDT.
Ciro Gomes lamentou que, ao invés de discutirem os projetos de desenvolvimento do Brasil. “Estamos crescendo como rabo de jumento: para baixo. É essencial retomar o processo de industrialização forçada, porque temos o equivalente no PIB da indústria o que tínhamos em 1910 [8%]”.
O seu carinho pelo grande Centro-Oeste, segundo ele, deve-se ao fato de que ser o único caminho do Brasil. “O Centro-Oeste está carregando o Brasil nas costas, há 20 anos, sem nenhuma contrapartida de uma infraestrutura minimamente digna, desse esforço extraordinário de produção e de trabalho que vocês representam. Estudo o Brasil e vejo que 40% dos custos de produção da agropecuária mais pujante do mundo são importados do estrangeiro. Um acinte!”, complementou Ciro Gomes.
Ele sugeriu que sejam implantadas na região fábricas nacionais de implementos agrícolas, de fertilizantes e de agrotóxicos, entre outras, no curto e médio prazo.
Texto: Olhar Direto