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‘Estado está quebrado’, diz governador ao citar R$ 4 bilhões em dívidas e 500 obras paradas
Uma semana após tomar posse do cargo de governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM) afirmou nesta terça-feira (7), que assumiu um estado endividado, tanto com os servidores, que não receberam o 13º salário e nem o salário de dezembro, quanto com os fornecedores, e anunciou as medidas austeras que pretende tomar no início da gestão para equilibrar as contas.
“Para traduzir em miúdos, o estado do Mato Grosso está quebrado, deve os servidores, prefeituras, fornecedores”, declarou. A dívida, segundo ele, é de R$ 4 bilhões.
Ele enfatizou que a folha de pessoal já vinha sendo paga com atraso de 10 a 15 dias e que em dezembro os salários foram pagos no dia 20 e que assumiu com parte dos servidores sem receber 13º salário e com a folha de dezembro em aberto. Classificou a situação como “realidade duríssima”.
Por causa disso, Mendes afirmou ter decidido escalonar o pagamento de salários.
Segundo ele, alguns prestadores de serviços ao governo estão há seis meses sem receber, e comprometendo o atendimento, incluindo o do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), considerado essencial.
“Os médicos do Samu na capital estão ameaçando paralisar os serviços de atendimento porque estão há seis meses sem receber, porque o governo do estado de Mato Grosso não pagou o que devia a essa empresa e, consequentemente, a empresa não pagou esses fornecedores, os funcionários”, citou.
Mendes pontuou que não é porque trocou o governo que tudo ficou cor de rosa. “Precisamos trabalhar muito, vamos ter que tomar medidas. A realidade financeira do estado é duríssima, o que arrecada no mês não está pagando a conta do mês e isso vem acontecendo há muito tempo”, declarou.
A maioria das cerca de 500 obras públicas paradas no estado foram interrompidas por falta de pagamento. “O estado quebrou e vamos ter que fazer um esforço grande para recuperar o estado de Mato Grosso. Nós vamos conversar com essas empresas e pedir um voto de confiança, hoje é o sexto dia da nossa administração, não existe solução mágica”, pontuou o democrata.
Ele reforçou ainda o corte de cargos comissionados e a demissão de mais de três mil servidores.
Ele disse que vai entregar à Assembleia Legislativa um conjunto de leis para enfrentar a crise pela qual o estado está passando.
Entre as medidas está o corte de secretarias. De 24, o número de secretarias deve ser reduzido para 15.
“Vou apresentar um projeto de lei que pede autorização do Legislativo para fechar seis empresas públicas, para cortar despesas, para cortar aquilo que hoje não é necessário e que não prestam o serviço”, disse, ao citar a extinção da Companhia de Mineração do Estado de Mato Grosso (Metamat). Saiba mais.
Texto: G1-MT