Decriminalización de las drogas en Portugal: 20 años después
Estado exonera delegado suspeito de vazar operação ao grupo de Silval
O governador Pedro Taques (PSDB) exonerou o delegado Anderson Aparecido dos Anjos Garcia do cargo comissionado de diretor adjunto da Academia da Polícia Civil. O ato administrativo publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) nesta quarta-feira (30) tem efeito retroativo ao dia 29 de fevereiro, quando oficialmente Garcia se aposentou do cargo.
Ex-diretor geral da Polícia Civil na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Garcia é apontado pelas investigações da Operação Sodoma como o suspeito de ter privilegiado o ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf, com informações de que poderia ser preso preventivamente pela suspeita de recebimento de propina para concessão de incentivos fiscais. No dia 3 de setembro, 12 dias antes de ser deflagrada a operação policial, o delegado Anderson Garcia realizou uma ligação telefônica ao ex-secretário Pedro Nadaf.
A conversa durou 2m21s e levantou suspeita da Polícia Civil. “Cabe ressaltar que tal ligação ocorreu ocorreu após a conversa entre Marcel Cursi e Pedro Nadaf sendo que o primeiro (Marcel) indicou para que o segundo (Pedro) sumisse”, diz trecho do relatório.
A suspeita de que o delegado Anderson Garcia tenha vazado a operação policial aumentou nos dias seguintes. Isso porque, às vésperas da Operação Sodoma, no dia 14 de setembro, a perícia identificou que o ex-secretário Pedro Nadaf manteve conversas via Whatsapp, aplicativo de mensagens disponíveis em smartphones, com um contato de sua agenda telefônica identificado como “Anderson-PC”.
Na conversa, o delegado marca um encontro com Nadaf na sede da Academia de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso no período da tarde, no mesmo dia. O que chamou a atenção na investigação é que, durante a conversa, Nadaf informou que compareceria ao local com o aparelho celular desligado, o que em tese dificulta seu monitoramento numa eventual interceptação.
Além disso, a conversa foi excluída de seu aparelho celular, revelando assim a intenção de manter o diálogo às escondidas. “Frise-se que na conversa Pedro Nadaf diz para Anderson que: vou inclusive com este desligado, ou seja, informando que desligaria seu aparelho celular, pois o aparelho celular desligado não é possível identificar a localização através das erb’s, mostrando que ele não queria que tal encontro fosse descoberto. Compete observar que esta conversa foi excluída do aparelho celular, mostrando a intenção de ocultar este diálogo”, diz o relatório da Polícia Civil.
Garcia nega veementemente a suspeita de que tenha vazado a operação policial e disse anteriormente que pediu ajuda a Pedro Nadaf para apresentar defesa em um relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado), o que justificaria a reunião de ambos. Ele próprio chegou a pedir a abertura de um procedimento administrativo disciplinar contra si própria, o que pode fazer com que ele não perda o direito a aposentadoria mensal bruta de de R$ 33 mil por mês.
Texto: Folha Max