Ex-governador de MT, sete deputados e mais 50 são denunciados por esquema de fraude no Detran
O ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (MDB), sete deputados estaduais e mais 50 pessoas foram denunciados pelo Ministério Público (MP-MT). Eles são suspeitos de participação em um esquema fraudulento que teria desviado cerca de R$ 30 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).
O G1 tenta contato com a defesa dos denunciados.
O desvio é investigado na Operação Bereré, deflagrada em fevereiro deste ano. A organização teria fraudado uma licitação e abriu uma empresa fantasma para acobertar o esquema, segundo a denúncia.
Além de Silval, foram denunciados:
- José Eduardo Botelho (PSB), presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT);
- Mauro Savi (PSB), deputado estadual;
- José Domingos Fraga (PSD), deputado estadual;
- Wilson Santos (PSDB), deputado estadual;
- Baiano Filho (PSDB), deputado estadual;
- Ondanir Bortolini (PSD), deputado estadual;
- Romoaldo Júnior (PMDB); deputado estadual;
- Pedro Henry; ex-deputado federal;
- Paulo Taques; ex-chefe da Casa Civil
- Silvio César Côrrea, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa
De acordo com o MP, os denunciados devem responder, entre outros, por crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro.
Neste mês, o deputado Mauro Savi foi preso durante a segunda fase da operação, chamada de Bônus.
Além de Savi, foram presos Paulo e Pedro Jorge Taques, primos do governador Pedro Taques (PSDB), e os empresários Roque Anildo Reinheimer, Claudemir Pereira dos Santos, vulgo ‘Grilo’, e José Kobori.
De acordo com o MP, o esquema começou a vigorar em 2009, quando o ex-presidente do Detran-MT, Teodoro Lopes, o Dóia, assumiu o cargo no órgão, sob a indicação de Mauro Savi.
Ele fez acordo de delação premiada com o MP. Segundo Dóia, o esquema começou na gestão de Silval.
De acordo com o depoimento dele, os investigados se organizaram, “a fim de garantir a continuidade do contrato, formando uma rede proteção em troca do recebimento de vantagens pecuniárias”.
Ao todo, 30% do valor recebido pelas empresa vencedora do contrato era repassado ao integrantes da quadrilha.
Investigação
A operação Bônus é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas.
A primeira fase da Operação Bereré aconteceu em fevereiro deste ano e investigava um esquema que desviou dinheiro do Detran, com o apoio de políticos, por meio de empresas de fachada.
Em nota, o governo diz que o contrato com a empresa EIG Mercados Ltda (antiga FDL), por meio da qual teriam sido desviados recursos públicos do Detran, foi rompido após a primeira fase da operação, em fevereiro, e que “tomou todas as medidas administrativas necessárias para evitar prejuízo ao erário”.
Texto: G1-MT