Ex-governador e mais 16 viram réus por desvio de R$ 15,8 milhões

A juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual contra o ex-governador Silval Barbosa e outras 16 pessoas por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro investigadas na terceira fase da operação Sodoma, que apura o desvio de R$ 15,8 milhões dos cofres públicos.

Entre os réus estão ex-secretários e ex-servidores estaduais, um ex-procurador do estado, um advogado, um arquiteto e empresários. Nesta nova ação penal, eles respondem pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, coação no curso do processo, organização criminosa, lavagem de dinheiro e receptação qualificada. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Silval.

Na decisão em que aceita a denúncia contra os acusados, assinada no dia 3 de novembro, a juíza alega que há indícios de autoria e materialidade de todos os acusados na ação impetrada pelo MP, confirmados por meio de declarações prestadas na fase inquisitorial por testemunhas, além de documentos, interceptações telefônicas e perícias.

“A inicial descreve satisfatoriamente as condutas imputadas a cada um, apontando em cada fato narrado o suporte probatório correspondente, especialmente os resultados da análise de documentos fornecidos durante as investigações, depoimentos, das transferências de sigilos bancários, diligências de campo, consultas a órgãos públicos e outras providências adotadas na fase de investigação”, afirmou a juíza, na decisão.

Sodoma 3
A denúncia foi oferecida pelo MP no dia 17 de outubro. De acordo com a denúncia, o desvio de R$ 15,8 milhões teria ocorrido quando da desapropriação de um imóvel que corresponde ao Bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, que foi paga no último de gestão do ex-governador, em 2014.

Na ocasião, o pagamento a uma imobiliária pela desapropriação do imóvel, no valor de R$ 31,7 milhões, teria tido o propósito de desviar dinheiro público em benefício da suposta organização criminosa da qual Silval Barbosa seria o líder.

De todo o valor pago pelo governo na desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15,8 milhões, teriam retornado em prol da organização criminosa através de uma empresa de assessoria e organização de eventos. O restante do valor teria sido dividido entre os demais participantes do esquema, que são ex-secretários estaduais e o ex-procurador do estado.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado, um total de R$ 10 milhões, teria ficado com o ex-governador Silval Barbosa para pagamento de uma dívida que havia sido contraída por ele.

Texto: G1-MT