Ex-secretário é vaiado por servidores públicos em audiência pública

O ex-secretário de estado Éder Moraes foi vaiado pelos servidores públicos, nesta terça-feira (22), durante audiência pública que debate os projetos do governo Mauro Mendes (DEM) para extinguir a Agência de Fomento de Mato Grosso (Desenvolve MT) e a Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI).

A audiência realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso foi solicitada pelos deputados Wilson Santos (PSDB) e Janaína Riva (MDB), antes da votação dos projetos.

Janaína afirmou que Éder Moraes, ex-secretário de Fazenda e da Casa Civil de Mato Grosso e ex-presidente da extinta MT Fomento, foi convidado a participar da discussão, já que é um dos criadores do Desenvolve MT.

Ele usou a tribuna e afirmou que respeita a opinião dos servidores. “Quando fui secretário o estado pagava dentro do mês e nem se falava em RGA (recomposição inflacionária), porque se pagava em dia. Então peço respeito à minha história com os servidores públicos”, disse.

Moraes disse que é um erro querer fechar a Agência de Fomento, pediu três minutos de silêncio.

“A Agência de Fomento está perdida em suas políticas de microcrédito. Criei o MT Fomento Card para os servidores públicos. Não sou contra nenhum servidor que está lá, é um erro fechar a agência É preciso deixar a gestão dos consignados com a MTI “, disse.

Sob vaias e gritos de ‘ladrão, ele disse que acredita em Deus e que a fé dele não será abalada.

Éder Moraes é ex-secretário dos governos de Blairo Maggi e de Silval Barbosa e foi condenado por desvio de dinheiro público e é réu em vários processos por corrupção. Passou algum tempo preso e agora está solto com medidas cautelares. Em 2016, ele foi condenado por participação em um esquema de lavagem de dinheiro.

O Executivo também quer extinguir a Central de Abastecimento (Ceasa), a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e a Agência de Desenvolvimento Metropolitano da Região do Vale do Rio Cuiabá (Agem).

Para viabilizar a extinção das entidades, o governo disse que poderá criar um programa de demissão voluntária. Além disso, os servidores de carreira dos órgãos desmembrados serão redistribuídos e remanejados para outros órgãos, por meio de decreto.

As extinções, conforme o governo, não acarretarão na perda dos serviços públicos, uma vez que as funções serão incorporadas pelas secretarias.

Também devem ser extintas as secretarias de Cidades, Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários, Planejamento, os gabinetes de Assuntos Estratégicos, Articulação e Desenvolvimento Regional, Transparência e Combate à Corrupção, Comunicação, e de Governo, além da Casa Militar.

Texto: G1-MT