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Falta de manutenção em rodovias prejudica pecuaristas
Pecuaristas das regiões norte e nordeste de Mato Grosso têm reclamado de dificuldades enfrentadas para acesso às propriedades, transporte de animais, escoamento de bezerros e até mesmo negociação com frigoríficos devido à falta de manutenção das rodovias federais e estaduais. Entre as vias mais problemáticas, segundo os produtores, estão as BRs 174 e 183, além da MT-208.
A reportagem tentou, mas não conseguiu contato com a superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Mato Grosso. Já a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) informou que, desde 2015, é dos municípios a responsabilidade pela manutenção de rodovias não pavimentadas no estado.
Segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), durante um trajeto que percorre 31 municípios produtores de carne no estado, foram flagrados caminhões presos em atoleiros e obras de pavimentação paradas, que prejudicam os produtores. A situação teria se agravado, conforme a entidade, após as chuvas registradas nas últimas semanas.
Conforme a associação, as piores situações são registradas na BR-183, no trecho entre Juína e Aripuanã – passando pelos distritos de Filadélfia e Vila Morena -, e na BR-174, no trecho que liga os municípios de Castanheira e Colniza. Nessa útlima, a Acrimat chegou a registrar caminhões atolados e trechos sem condições de trafegabilidade.
Nem mesmo a MT-208, conhecida como estrada do Cafundó – que é uma alternativa à BR-174, entre Aripuanã e Colniza – estaria auxiliando os produtores, segundo o pecuarista Ruben Góes, de Aripuanã, a 976 km da capital, que possui uma propriedade na região.
“Fiquei dez dias sem conseguir chegar até à minha propriedade por falta de condições. Os caminhões estão há 42 dias sem chegar até lá. Precisamos sensibilizar o poder executivo para os problemas de logística”, afirmou.
Problema antigo
Para o Sindicato Rural de Aripuanã, o problema de logística na região é antigo e faz com que os pecuaristas de Mato Grosso percam competitividade com os produtores de outros estados. Já o representante da Acrimat em Castanheira, a 780 km da capital, Raphael Nogueira, afirma que as estradas estão comprometidas porque não foi realizado um trabalho de manutenção como no ano passado.
Para ele, é necessário que os trabalhos de pavimentação da BR-174 sejam retomados. Segundo Nogueira, o governo federal liberou recursos para a pavimentação há mais de seis anos, porém o trabalho está parado por suspeita de desvio de recursos.
Na BR-183, de Juína a Aripuanã, a situação não é diferente. Segundo o vice-presidente da Acrimat, Luis Fernando Conte, a situação é precária. “Tem alguns pontos, como a ponte sobre o Rio Azul, que está praticamente impossível transitar. Não temos condições de tirar o boi para o abate ou de levar os insumos para a propriedade”, afirmou.
Outro lado
Segundo a Sinfra, desde 2015, o governo do estado já repassou R$ 488 milhões aos municípios em recursos provenientes do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), valores estes que devem ser usados pelas prefeituras para a manutenção das estradas não pavimentadas.
Conforme o estado, com a destinação dos recursos do Fethab, por lei, os municípios passaram a ter essa responsabilidade, mas a Sinfra ainda tem auxiliado as prefeituras com o repasse de óleo diesel para abastecer os maquinários utilizados nos trabalhos nas rodovias, bem como, em alguns casos, faz parcerias para a manutenção das cias.
Texto: G1-MT