Família de criança torturada pelo padrasto narra, com exclusividade à TV Sorriso, detalhes sobre o caso

Um crime que chocou os moradores de Sorriso: uma criança, de apenas 6 anos de idade, torturada e mantida em cárcere privado pelo padrasto e pela própria mãe. Em entrevista exclusiva à TV Sorriso, a avó da menina, a dona Sirlei, e o pai da criança, que preferiu não se identificar, contaram detalhes sobre o caso.

Na quinta-feira, por volta das 13h, a avó da criança sentiu a necessidade de ir até o local onde ela estava com o padrasto e a mãe, depois de ficar sem ver a menor por alguns meses.

No local, ao perceber a presença da avó, o homem tentou esconder a criança e, mais uma vez, não deixou a mulher ter acesso à neta. Com a tentativa de Sirlei em ver a neta, o suspeito de cometer as agressões pegou a criança e fugiu do local. “Eu pensei que alguma coisa estava errada porque ela não deixava a gente vê a neném. Quando ele me viu, ele correu para dentro da loja e eu vi que o rosto da neném estava roxo”.

Após isso, o padrasto pegou a criança e fugiu do local. Com a ajuda de populares, a avó chamou as equipes do Conselho Tutelar, que foram até o local. Questionada sobre o porquê de não permitir que a família visitasse à criança, a mãe da menor disse que ela estava com um problema na visão, que perdura desde o nascimento, e por este motivo estavam evitando o contato. Para a avó, essa história não a convenceu em nenhum momento.

Após diversas ameaças do suspeito, o pai da criança também começou a sentir dificuldades para se aproximar da filha. Em conversa com a mãe, ele tentava resolver a situação de diversas maneiras, principalmente com as questões financeiras que a criança tinha direito, mas, em meio a tantas tentativas, o acordo nunca foi realizado. “O único contato que eu tinha com a minha filha era por telefone”.

Durante alguns meses, a história se estendeu, mas sempre sem solução. Em todas as tentativas, muita agressividade e ameaças por parte do padrasto e da mãe da criança, segundo o pai biológico.

Como não houve a presença da criança e da mãe no Conselho Tutelar, equipes de vigilância e da Polícia Militar foram até a residência do casal, momento em que encontraram a menina em cárcere privado. “Como a gente nunca teve acesso, eu passei o endereço deles, e o Conselho Tutelar foi à casa e viram que ela estava sendo espancada”, contou o pai.

A avó da criança sempre desconfiou que algo estava errado, mas com dificuldades para ter acesso à menor, conviveu com esse sentimento durante algumas semanas, até que conseguiu encontrar a neta, que estava sofrendo os maus-tratos.

Bastante emocionada, a avó não consegue entender o que motivou as agressões. Segundo ela, se a mãe da criança não quisesse cuidar da filha, bastava ter entregado a menina para o pai. “Fizeram exames e ela está com várias costelas quebradas em épocas diferentes. Foram várias vezes que maltrataram ela. É dolorido para mim que sou vó. Porque ela não deu a neném para a gente antes de fazer uma maldade dessa”, contou dona Sirlei.

A criança agora está com a avó e pai e se recupera das agressões. Aos poucos, os familiares estão conversando com a menina e procurando ajuda de profissionais para lidarem com o caso. 

O crime segue sendo investigado pela Polícia Judiciária Civil de Sorriso. Conforme o Portal Sorriso noticiou, a mãe da criança, Gabrieli Sotel dos Santos, de 21 anos, foi transferida hoje para o presídio feminino de Colíder. Já o marido dela, Fernando Lordelo Alves, 30 anos, continua foragido.

Assista aqui a reportagem completa no Balanço Geral, programa da TV Sorriso (Record TV).

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