GCCO indicia diretores da PCE por facilitar entrada de celulares
O diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), Revétrio Francisco da Costa, e o subdiretor da unidade, Reginaldo Alves dos Santos, foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e inserção de aparelho de telefonia celular em estabelecimento penal.
O indiciamento é referente ao inquérito da Operação Assepsia, deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) no dia 18 de maio.
A ação resultou na prisão de Revétrio e Reginaldo, além dos policiais militares Cleber de Souza Ferreira (tenente), Ricardo de Souza Cavalhaes de Oliveira (subtenente) e Denizel Moreira dos Santos Júnior (cabo), que foram indiciados pelos mesmos crimes.
A operação também cumpriu mandados contra os detentos Paulo Cezar da Silva e Luciano Mariano da Silva, líderes da facção Comando Vermelho, que foram indiciados por organização criminosa.
O delegado Flavio Stringueta, da GCCO informou que inquérito apontou que Revétrio, Reginaldo e os PMs combinaram de entregar aos presos mais de 80 celulares, dezenas de carregadores, chips e fones de ouvido em troca de dinheiro.
Câmeras de segurança da unidade flagraram uma reunião entre eles na sala da direção da PCE. No mesmo dia, os aparelhos chegaram à unidade dentro de um freezer. A ação foi flagrada por agentes penitenciários.
No dia da operação, a Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso (Assof-MT) saiu em defesa dos PMs presos, afirmando que eles estariam realizando um trabalho de inteligência na unidade prisional, com objetivo de colher informações sobre ações criminosas.
Porém, conforme Stringueta, o inquérito apontou que os três PMs não estavam em serviço no dia em que o freezer carregado de celulares foi entregue na PCE.
“Eles alegam que estavam em viatura oficial e em horário de trabalho quando foram à PCE, mas não tinha nenhum trabalho policial autorizado pelos superiores deles no local”, disse.
De acordo com o delegado, o inquérito será encaminhado nesta quinta-feira (27) para o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE), para oferecimento ou nao de denúncia contra os indiciados.
Caso ocorra a denúncia, o procedimento será levado para análise de uma juiz da Vara de Combate ao Crime Organizado. Se o magistrado acatar a denúncia, os acusados passam a ser réus no processo.
Texto: Thaiza Assunção/Mídia News