Hospitais filantrópicos param partos e pediatria de urgência por falta de recursos

Os hospitais filantrópicos Santa Helena, Geral e Santa Casa Cuiabá e de Rondonópolis decidiram paralisar atividades a partir desta terça (15), tais como partos, urgência pediátrica e leitos de retaguarda. Ocorre que a federação que representa as instituições (FEHOSMT) alega falta de repasses da secretaria estadual de Saúde (SES), que somam R$ 12,7 mil.

Inclusive a presidente da FEHOSMT, Elizabeth Meurer, afirma que nesta quarta (16) membros da federação devem se reunir com o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), em Brasília, por volta das 19h, para discutir a questão e buscar medidas a fim de sanar as dificuldades financeiras.

“Nossos insumos estão acabando. Estamos prontos para atender, mas não temos dinheiro para manter os insumos. Hoje, o Hospital Geral não recebe mais partos. Além disso, vai doar os insumos para o Santa Helena. A Santa Casa não vai atender pediatria de urgência e nem leito de retaguarda”, explica ao RD News.

Nesta linha, Elizabeth ressalta que se até sexta (18) não houver nenhuma manifestação do governo estadual, os hospitais poderão parar por tempo indeterminado. A federação informa ainda que já protocolou um documento nos Executivos estadual e municipal, e na Procuradoria Geral de Justiça, relatando a situação dos hospitais filantrópicos da Capital, bem como sobre a paralisação.

A presidente lembra que o protocolo ressalta a planilha empresa que foi indicada pelo próprio governo para atualizar o déficit, que ficou em torno de R$ 3,6 milhões.

Desta forma, sustenta que ficou acordado que o Estado fizesse o repasse em dezembro, janeiro e fevereiro, só que a partir de março deste ano o repasse foi suspenso. Os valores repassados eram de R$ 2,5 milhões mensais, conforme combinado.

A federação afirma que os hospitais não conseguem fazer frente aos gastos por causa desse déficit, que não está sendo efetuado. Em contrapartida, o Estado diz que não tem contrato com as unidades, no entanto, a coordenação da federação explica que tem contrato com a Prefeitura de Cuiabá e, neste documento, constam que alguns dos repasses pagos são feitos por meio de verbas oriundas do governo estadual.

“Os serviços que ainda permanecerão em atendimento somente terão capacidade de funcionar até sexta. Sendo assim, informamos que caso não ocorra o aporte financeiro devido, os hospitais fecharão as portas nesse dia”, diz trecho do documento.

Outro lado

Ao RD News a SES informa que deve se pronunciar antes do final da tarde sobre o assunto. A pasta colhe informações para não dar nenhuma declaração incompleta. No entanto, na última semana, o Estado negou manter contrato com os filantrópicos. Reforçou que em 2016 diante das dificuldades financeiras enfrentadas pelas unidades, o governador Pedro Taques (PSDB) autorizou um repasse emergencial para os hospitais durante três meses. Conforme portaria assinada, foram repassados R$ 2,5 milhões nos meses de dezembro de 2016, janeiro e fevereiro deste ano, totalizando um repasse de R$ 7,5 milhões.

Texto: RD News