Jovem diz que matou mulher e filha em ritual para fugir com amante

O jovem que matou a mulher e a filha, de apenas três anos, asfixiadas em Poços de Caldas, no sul de Minas, mudou a versão do crime em depoimento à Polícia Civil. Marcos Francisco Pedrilho, de 22 anos, afirmou que assassinou as duas dentro de casa a pedido de um pai de santo, com quem tinha um caso.

Pedrilho ligou para a Polícia Militar e confessou as mortes no último sábado (20). No dia, ele disse que duvidava da paternidade da criança, por isso tinha cometido o crime. Em depoimento de sete horas ao delegado Cleyson Brenne, o suspeito acabou contando outra história.

Segundo o policial, as mortes fariam parte de um ritual feito a pedido do pai de santo de um terreiro que Pedrilho frequentava. O homem, de 36 anos, era padrasto da vítima, Aline Rosa da Silva, 30.



— Ele falou que tinha um caso com o pai de santo, que pediu para ele matar a mulher e a filha para tirar as duas do caminho para eles fugirem juntos.

O pai de santo foi ouvido pelos agentes, mas negou qualquer participação no crime. No local, havia sinais que apontavam para o suposto ritual, conforme o delegado. Os dois corpos estavam abraçados em um colchão e cobertos com um lençol.



— O principal foram os panos encontrados nas bocas da vítima. O autor disse que eles impediriam que os espíritos saíssem dos corpos.

Na residência a polícia ainda encontrou livros de magia e uma carta escrita com sangue. Parentes do rapaz e de Aline, ouvidos pela corporação, negaram os supostos boatos de que a menina não seria filha de Pedrilho. O delegado pretende ouvir mais testemunhas e analisar os registros telefônicos antes de encerrar o inquérito.

Marcos Pedrilho está preso no presídio de Poços de Caldas. Se condenado, ele pode pegar até 60 anos de prisão pelo duplo homicídio qualificado.


Texto: R7