Justiça autoriza retirada de tornozeleira de ex-adjunto da Sinfra

O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, autorizou a retirada da tornozeleira eletrônica imposta ao ex-secretário adjunto de Transportes e Pavimentação Urbana (Septu) – atual Sinfra -, Valdísio Viriato.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (29), mas a íntegra da determinação está em segredo de Justiça.

Valdísio é réu da ação penal derivada da 5ª fase da Operação Sodoma, que apura suposto esquema que teria causado prejuízo de R$ 8,1 milhões aos cofres do Estado, entre 2011 e 2014, por meio da exigência de propina dos sócios do Auto Posto Marmeleiro e da Saga Comércio e Serviço de Tecnologia e Informática Ltda, Juliano Volpato e Edézio Corrêa. Em troca, os empresários eram favorecidos em contratos com o Estado, cujas licitações eram fraudadas e os valores pagos eram superfaturados em favor das empresas.

Parte do dinheiro teria sido usado para quitar dívidas de campanha de 2012 do então candidato a prefeito de Cuiabá, Lúdio Cabral (PT), e seu vice na época, Francisco Faiad (PMDB).

O ex-secretário chegou a ser preso na época em fevereiro do ano passado, quando a operação foi deflagrada, mas foi solto em julho do mesmo ano pelo desembargador Alberto Ferreira, logo após confessar os crimes.

Ao revogar o uso de tornozeleira a pedido da defesa, o juiz Jorge Tadeu afirmou que não existem mais motivos para manter a cautelar. Isso porque além de não representar risco às investigações, o ex-secretário admitiu ter cometido os crimes, auxiliando o esclarecimento dos fatos.

“Isto posto, em consonância com o parecer ministerial e por não mais persistirem os motivos que autorizaram a medida cautelar, defiro o pedido de revogação do monitoramento eletrônico imposto ao acusado Valdísio Juliano Viriato, mantendo-se incólume as demais medidas cautelares. Intime-se o

Acusado para comparecer à Central de Monitoramento Eletrônico, localizada no Fórum da Capital, munido do carregador, para retirar o equipamento eletrônico, diz trecho da decisão.

A confissão

Na confissão, Valdísio contou que mantém vínculos de amizade com a família do ex-governador Silval Barbosa há muitos anos, uma vez que seu pai era amigo do peemedebista desde 1990, “sendo que em razão dessa amizade passei a trabalhar como assessor de Silval Barbosa na Assembleia Legislativa em 2003”.

Viriato disse que assumiu o cargo na antiga Setpu – atual Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) – em junho de 2010, sendo que em 2013 recebeu um telefonema do chefe de gabinete de Silval, Silvio Araújo, para que tratasse de um “assunto nosso” com o então secretário de Administração, Pedro Elias. Saiba mais.

Texto: Lucas Rodrigues/Mídia News