Lista de ‘supersalários’ de novembro tem PMs recebendo mais de R$ 100 mil

Os ‘supersalários’, expostos pelo governador Mauro Mendes (DEM), continuam dando o que falar. A folha de novembro trouxe dois policias militares da ativa que receberam mais de R$ 100 mil, valor que pode ser fruta de soma de salários e benefícios não discriminados no Portal da Transparência. Na média de salários, os 20 maiores geralmente ficam em torno de R$ 40 mil. O novo gestor expôs a situação recentemente, ao falar do descontrole das finanças do Estado, que se encontram em situação caótica.
 
Em uma consulta feita a folha de novembro, foi possível encontrar policiais militares com um recebimento de mais de R$ 100 mil, são eles: Benedito Corrêa da Cruz (R$ 108.043,29) e Leonardo Teixeira de Oliveira (R$ 104.254,95). Depois, ainda aparece Helder Galdino Pereira da Silva (R$ 90.874,82). Todos os valores divulgados acima são brutos e não há discriminação sobre a que benefícios se referem.
 
Em uma rápida pesquisa na folha do mês seguinte, ainda através do Portal da Transparência, é possível notar que os salários destes policiais voltaram ao ‘normal’. Cada um aparece com os recebimentos em torno de R$ 11 mil (brutos), com exceção de Benedito Corrêa, que além dos R$ 10 mil de salários, ainda teve uma gratificação de natal com o mesmo valor.
 
Na Secretaria de Fazenda (Sefaz), o maior salário de novembro foi de José Esperidião da Costa Marques Filho (R$ 76.255,51). Ele foi seguido por: Mario Marcio Pereira Lopes (R$ 54.067,61); o vereador Renivaldo Alves do Nascimento, que é fiscal lotado na pasta (R$ 51.902,90) e Jandira Kekuchi Queiroz (R$ 45.581,59).
 
Na Polícia Civil, a lista dos que mais receberam em novembro estão: Luiz Felipe Nascioamento de Leoni (R$ 57.171,14); Joacir Batista dos Reis (R$ 52.725,88) e Mikyrony Simão dos Santos (R$ 52.287,38).

No fim do seu governo, Pedro Taques (PSDB) assinou decreto suspendendo o pagamento de indenização de licença prêmio, cartas de crédito ou valores pagáveis na fila de precatórios judiciais dos servidores ativos do Poder Executivo Estadual. A publicação aconteceu em 27 de dezembro do ano passado.

Quando assumiu o governo, Mauro Mendes (DEM) revogou o decreto assinado no final do ano que autorizava o pagamento de indenização para férias dos servidores, mas mantinha o veto para a ‘compra’ de licença prêmio, cartas de crédito ou valores pagáveis na fila de precatórios judiciais aos servidores ativos do Poder Executivo Estadual. Com isto, os funcionários públicos continuaram obrigados a gozar do benefício.

O governador Mauro Mendes (DEM) apresentou, na manhã desta quinta-feira (17), o decreto que institui situação de calamidade financeira no âmbito da administração pública de Mato Grosso. Se aprovada, a decretação terá vigência de 180 dias, podendo ser prorrogada, e permitirá ao Governo a busca de crédito extraordinário junto à União. A partir do decreto, o governado fica autorizado também a adotar medidas de “racionalização” de todos os serviços públicos.

Mendes definiu o estado de calamidade na noite da última quarta-feira (16), após se reunir, em Brasília, com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Na ocasião, o governador de Mato Grosso apresentou as dificuldades financeiras do Estado ao Governo Federal, expondo dívidas de quase RS 4 bilhões. 

O decreto apresentado por Mendes, nesta quinta-feira, não especifica quais recursos extraordinários poderão ser viabilizados junto à União. O governador, no entanto, já havia adiantado pretensão de solicitar junto ao Governo de Jair Bolsonaro (PSL) o pagamento do Fundo de Auxílio à Exportação (FEX), referente ao ano de 2018, previstos em cerca de R$ 400 milhões.

Texto: Wesley Santiago/Olhar Direto