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Mato Grosso vive epidemia de sífilis
Há pouco mais de uma semana, o Ministério da Saúde (MS) admitiu que o Brasil vive uma epidemia de sífilis. O número de casos da doença aumentou no país e, em Mato Grosso, a situação não tem sido diferente. No Estado, dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que, em 2015, foram notificados 204 casos de sífilis adquirida, contra 117 no ano anterior. O aumento é de 74,36% no período.
Do total (321), a maioria (191) em homens (no caso da sífilis adquirida os números deste ano não foram informados). Em gestantes, o levantamento revela pequena queda, mas ainda assim os números preocupam. Neste ano, até 27 de outubro passado, foram registrados 294 casos em mulheres grávidas, contra 352, em 2015 e, 361 em 2014.
Já os casos de sífilis congênita em menores de um ano, o Estado contabiliza 652 casos nos últimos anos. Neste perfil, o Estado teve 264 notificações, em 2014. Em 2015, o número subiu para 283. Agora em 2016, até 15 de agosto passado, são 105 registros.
Diante dos números preocupantes, o Ministério da Saúde assinou durante a reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) uma carta compromisso estabelecendo ações estratégicas para redução da sífilis. No país, entre junho de 2010 e 2016, foram notificados quase 230 mil casos novos da doença, de acordo com o último boletim epidemiológico do governo federal.
Com a campanha nacional, a ideia é mobilizar profissionais de saúde e a sociedade para tentar reduzir o avanço da doença. Entre as medidas que serão adotadas está a ampliação de testes rápidos para diagnóstico e o tratamento da doença em gestantes, até o primeiro trimestre da gestação.
Conforme o MS, o foco é detectar precocemente a doença no início do pré-natal e encaminhar imediato tratamento com penicilina. As ações terão prazo previsto de realização de um ano e serão coordenadas pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do MS. Conforme a assessoria de imprensa do Ministério, o prazo corresponde ao intervalo entre o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado no terceiro sábado de outubro (15/10/16) e a data do próximo ano.
Nesse período, estão previstos o incentivo à realização do pré-natal precoce, ainda no primeiro trimestre da gestação, ampliação do diagnóstico (por meio de teste rápido), tratamento oportuno para a gestante e seu parceiro, incentivo à administração de penicilina benzatina, considerada o único medicamento seguro e eficaz na prevenção da sífilis congênita.
A detecção da sífilis é feita por meio de testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, o Ministério da Saúde garante que aumentou em mais de quatro vezes a quantidade de testes distribuídos a estados e municípios, passando de 1,1 milhão em 2001 para 6,1 milhões de testes em 2015.
Para as gestantes, a indicação da realização dos testes rápidos é feita já na primeira consulta do pré-natal, daí a importância da conscientização de mães e seus parceiros, para iniciar o pré-natal ainda no primeiro.
A doença
A sífilis é uma doença infecciosa crônica que se manifesta em diferentes estágios. Sem tratamento, apresenta evolução em fases: inicialmente com feridas na pele, pode evoluir para complicações que levam ao óbito, podendo afetar o sistema cárdio-vascular e neurológico.
A causadora da doença é a Treponema pallidum, uma bactéria espiralada altamente patogênica. A principal forma de transmissão é o contato sexual. A gestante também transmite para o feto a bactéria em qualquer fase da gravidez ou em qualquer estágio da doença. A transmissão via transfusão de sangue pode ocorrer, mas atualmente é muito rara, em função do controle do sangue doado.
Texto: Diário de Cuiabá