Mauro Savi teria adquirido aeronave de Silval, mas devolvido após sofrer pouso forçado

O deputado estadual Mauro Savi (PSB) teria adquirido uma aeronave, prefixo PT ECI, do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), em 2008. Entretanto, o socialista devolveu o avião após realizar pouso forçado, numa pista no Distrito Industrial, em Cuiabá, naquele mesmo ano. Diante disso, Savi deixou de pegar R$ 140 mil dos R$ 300 mil acordados.

O caso consta na delação premiada de Silval, firmada com o Ministério Público Federal e homologada pelo STF. Para fazer aquisição da aeronave, Savi teria dado a Silval uma Toyota Hilux SW4 por R$ 160 mil, faltando 24 parcelas a serem pagas, e mais R$ 140 mil parcelados.

A aeronave estava registrada em nome do irmão do ex-governador, Antonio Barbosa, o Toninho. Ainda de acordo com a colaboração premiada, Savi não aparece como comprador. Em seu lugar é Valdir Daroit, que à época era seu cunhado.

Conforme Silval, o pagamento das parcelas do veículo, em duas ocasiões, foi feito pelo empresário Ulisses Viganó, da construtora Consnop. Diante disso, o ex-governador procurou Savi e solicitou que os pagamentos fossem feitos para o peemedebista, “pois tinha receio de que o empresário Ulisses alegasse eventualmente que tivesse comprado um automóvel em favor do declarante”, consta no trecho da delação.

Mauro Savi aparece em outros trechos da delação do ex-governador. É acusado de receber mensalinho da Assembleia, além de chefiar esquema no Detran que, inclusive, tinha o poder de escolher o presidente da autarquia. O parlamentar, no entanto, nega qualquer envolvimento em atos ilícitos.

Outro lado

O deputado Mauro Savi não atendeu às ligações do para comentar o caso.

Delação

Essas afirmações fazem parte da delação premiada de Silval, que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal. As declarações e documentos, entretanto, ainda seguem sob análise da Procuradoria Geral da República, que avalia se há ou não indícios suficientes para a abertura de uma investigação. Por enquanto, apenas um inquérito foi instaurado e tramita no Supremo. Ele aponta o ministro da Agricultura Blairo Maggi, Silval Barbosa e José Riva como líderes de esquemas no Estado.

Texto: RDNews