Mesmo com redução de 3,4%, safra de grãos é segundo recorde no país

A colheita de grãos da safra 2017/2018 deverá ser a segunda maior do país, com uma produção de 229,5 milhões de toneladas. Os números estão no 7º Levantamento da Safra de Grãos 2017/2018, divulgado hoje (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com o órgão, apesar da queda de 3,4% em comparação à safra passada, que chegou a 237,7 milhões de toneladas, o número é ainda bastante elevado se considerada a média de produção no Brasil em condições atmosféricas normais.

Segundo o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo Antônio de Oliveira Neto, a produção do milho é responsável pela redução total da safra. “Estamos em um processo de plantio do milho segunda safra, em uma janela mais curta, porque houve atraso de plantio da primeira safra. Isso faz com que o produtor reduza o pacote tecnológico para reduzir o risco [de perdas financeiras]”, disse, explicando o motivo pelo qual a produtividade do milho segunda safra é sempre menor.

Também houve aumento da área plantada de soja, sendo estimado em 3,5% em relação ao ano passado, atingindo 35,1 milhões de hectares. A consequência é a redução da área plantada de milho, na primeira safra, 7,7% menor que a safra anterior (a menor área semeada desde 1976/77), e na segunda safra, redução de 5,6%. Como o milho tem maior produtividade que a soja, isso também leva a uma redução total da produção de grãos.

A soja deve alcançar 114,9 milhões de toneladas, sendo 0,8% superior à safra passada. Com a proximidade do fim da colheita do milho primeira safra, a produção se confirma na casa dos 25,6 milhões de toneladas, 16% inferior à safra passada, segundo a Conab. Já o milho segunda safra, com a redução de 562,6 mil hectares em relação à safra passada, resulta em estimativa de produção de 63,02 milhões de toneladas, retração de 6,5% em relação à safra anterior.

Clima

A produtividade recorde da safra passada foi beneficiada por um excelente clima, o que não se repetiu agora, mesmo com a situação climática considerada boa na maioria das regiões produtoras. O superintendente da Conab explicou que a situação climática na Região Sul impactou a produtividade.

As altas temperaturas e escassez de chuvas provocaram danos nas lavouras de primeira safra, principalmente no Rio Grande do Sul e, agora, na segunda safra, é preciso atenção às frentes frias e geadas. “Se não tivéssemos problema climático no Sul, a safra seria maior que a passada”, disse.

A estimativa é de uma queda de 9,9% na produção total de grãos na Região Sul. Também há queda no Centro-Oeste (1%) e no Sudeste (0,1%), pela redução da área plantada de milho. No Norte e Nordeste haverá aumento, de 1,4% e 5,2%, respectivamente, principalmente devido às boas condições climáticas.

Texto: Agência Brasil