Ministério Público faz organograma de como funcionava a “organização criminosa”; veja
Na denúncia contra 17 pessoas por prática de corrupção, envolvendo recursos do Prodeic em Mato Grosso, a promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco Silva revela a “hierarquia rígida” da “organização criminosa”.
Num organograma feito pelo Ministério Público Estadual (MPE), dez pessoas são citadas como membros da organização (veja abaixo).
Segundo ela, em delação premiada, o ex-secretário de Estado de Administração, Cesar Zílio, afirmou que a cúpula era ocupada por Silval Barbosa (líder) , Pedro Nadaf e Marcel Cursi.
A promotora cita que Zílio esclareceu que Marcel era o agente encarregado em “dar os ajustes legais para as ações que fugiam a normalidade”, na busca de vantagem indevida.
“Era acionado para buscar solução para arrumar dinheiro no interesse do grupo criminoso, tais como: elaboração de Decretos, LEIS, etc, com o propósito de ‘camuflar’ atos ilícitos realizados pela organização criminosa, dando-lhe aspecto de legalidade”, relatou Bardusco.
Segundop ela, Nadaf e Marcel eram próximos e mobilizados com frequência por Silval, para buscar soluções referentes a assuntos e questões ilícitas, enfrentadas ou executadas pela organização.
Filho de Silval
O delegado Lindomar Toffoli, titular da Delegacia Fazendária (Defaz) e responsável pela condução da Operação Sodoma, afirmou que o empresário Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), recebeu R$ 433,5 mil (85% de um total de R$ 510 mil) de propina.
O dinheiro foi pago pelo empresário Júlio Minoru Tisuji, da Webtech Softwares e Serviços Ltda., para manter contratos com o Governo do Estado, nos anos de 2014 e 2015.
“Foi identificada a participação do Rodrigo como um dos membros da organização criminosa, em que ele teria recebido parte de pagamento de propina, envolvendo o empresário que tinha contrato com o Governo Silval, Júlio Minori, da WebTech”, afirmou.
Veja a função de cada um, segundo o MPE:
Silval Barbosa – citado como o líder, arrecadador de propina
Marcel Cursi – apontado como o operador intelectual
Pedro Nadaf – citado como integrante
Sílvio Correa – apontado como arrecadador e fiscal da propina
José de Jesus Nunes Cordeiro – citado como fonte de receita e que realizava fraudes em licitações
Rodrigo Barbosa – apontado como arrecadador da propina de seu pai
Chico Lima – dava o suporte jurídico e era o operador financeiro
Karla Cecília – apontada como operadora financeira
Cesar Zílio – citado como fonte de receita
Pedro Elias – citado como fonte de receita
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Texto: Mídia News