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MPE acusa Maluf de liderar esquema de fraudes na Seduc
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO), ofereceu denúncia contra o deputado estadual Guilherme Antônio Maluf por organização criminosa, corrupção passiva (20 vezes) e embaraçamento da investigação. A denúncia criminal é desdobramento da Operação Rêmora, realizada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Consta na denúncia, que o deputado estadual teve a mesma participação de Alan Maluf na organização criminosa. Ele é acusado de integrar o núcleo de liderança da organização, sendo beneficiário direto de parcela da propina arrecadada, além de se valer das influências políticas proporcionadas pelo cargo eletivo para promover as articulações necessárias para o desenvolvimento dos esquemas criminosos voltados para solicitação e recebimento de propinas.
Conforme o MPE, o núcleo de liderança da organização tinha ainda a participação do ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto Filho. Segundo o MPE, foi Alan Maluf que articulou junto ao ex-secretário de Educação a inserção de Giovani Belatto Guizaardi, pessoa de sua confiança com quem guarda parentesco, na condição de operador de cobrança e recebimento de vantagens ilícitas relacionadas a obras públicas da Seduc, garantindo assim o pleno controle sobre as atividades ilícitas do grupo delituoso.
“Foram as tratativas coordenadas de Alan Maluf e de Guilherme Maluf que garantiram a ‘circunscrição’ sobre o cargo de superintendente de Acompanhamento e Monitoramento da Estrutura Escolar – posto estratégico dentro da Seduc que garante o mecanismo de pressão sobre os empreiteiros para pagamento da propina, bem como de controle sobre tais pagamentos – em relação às nomeações tanto de Wander Luiz dos Reis quanto de Moises Dias da Silva”, diz a denúncia.
SOMBRA: Segundo o Ministério Público, as investigações demonstram que Permínio Pinto Filho, Alan Maluf e Guilherme Maluf se mantinham “nas sombras”, comandando e agindo por pessoas interpostas que se encontravam nas demais camadas da organização.
“As investigações demonstram que Giovani Belatto Guizardi é o “testa de ferro” dos aludidos servidores públicos, bem como de Alan Maluf e de Guilherme Maluf, é a pessoa quem faz o trabalho sujo a fim de ocultar a identidade dos verdadeiros solicitantes / recebedores da propina”, acrescentou.
Conforme o MPE, a organização era composta pelos núcleos de lideranças, agentes públicos, operações e de empresários. Todos os integrantes do grupo já foram denunciados e já respondem a ações penais.
Na denúncia oferecida nesta terça-feira pelo NACO, além do deputado Guilherme Maluf, também foi denunciado o seu segurança por embaraçamento de investigação, Milton Flávio de Brito Arruda. Segundo o MPE, após a deflagração da primeira fase da operação Rêmora, a fim de garantir que Giovani Belatto Guizardi não revelasse sua atuação aos investigadores, Guilherme Maluf buscou intimidá-lo, utilizando-se para tanto, o seu segurança que é agente penitenciário do Serviço de Operações Especiais e que, a época do fato, estava cedido à Assembleia Legislativa.
Outro lado
O deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) disse que recebeu com estranheza a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra ele, referente ao esquema de corrupção na Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) desmantelado com a operação Rêmora, no ano passado e que originou duas ações penais que tramitam na 7ª Vara Criminal contra empresários e ex-servidores da pasta, incluindo o ex-secretário Permínio Pinto (PSDB).
Maluf aponta ainda para uma tentativa de intimidação dos acusados e argumentos falsos utilizados por um dos réus para poder sair da cadeia.
Conforme divulgado, ao longo do processo, os empresários Giovani Guizardi, dono da Dínamo construtora e da Guizardi Júnior Engenharia, e Alan Malouf, dono do Buffet Leila Malouf, apontaram participação de Guilherme Maluf no esquema, como um dos maiores beneficiários da propina recebida dos empreiteiros. “O deputado contesta com veemência a tese de ‘embaraçamento’ da investigação ou tentativa de intimidação de qualquer dos acusados, argumento falso utilizado por um deles para sair da cadeia”, diz trecho da nota. Por fim, o parlamentar afirma que confia na Justiça e que comprovará sua inocência.
Texto: Redação Portal Sorriso com Gazeta Digital