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MPF denuncia chefe da Casa Civil e Eder por lavagem de dinheiro
O Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso denunciou o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, e o ex-secretário de Estado Eder Moraes, pelo crime de lavagem de dinheiro.
A denúncia, feita pela procuradora da República Vanessa Scarmagnani, tem como base repasses de valores que totalizaram R$ 788.500,00, feitos em 2010 pela Globo Fomento Ltda., do delator da Ararath Gércio Marcelino Mendonça Júnior, à empresa São Tadeu Energética S/A, que tem Mauro Carvalho como sócio.
O dinheiro foi usado para pagar um empréstimo feito pela São Tadeu com o BicBanco. O ex-governador Maggi é citado como eventual devedor solidário, já que avalizou um dos empréstimos à empresa.
Segundo a procuradora, Eder Moraes – que liderava um sistema financeiro paralelo, durante 2005 e 2013, nas gestões dos ex-governadores Blairo Maggi e Silval Barbosa -, foi quem determinou os repasses das empresas de Mendonça Júnior para a São Tadeu.
Para o MPF, o dinheiro transferido à empresa de Carvalho teve origem ilícita, de vários esquemas operados por Eder, e “serviram para ocultar e dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade da quantia de R$ 788.500,00”.
O dinheiro, diz a procuradora da República, foi proveniente da infração penal antecedente dos crimes contra a administração pública e contra o Sistema Financeiro Nacional, que foram praticados pelo denunciado Eder Moraes em concurso com outros agentes.
Declarações à PF
Em depoimento à Polícia Federal, em maio de 2014, o secretário-chefe da Casa Civil disse que pegou, de fato, um empréstimo com Júnior Mendonça no valor aproximado de R$ 400.000,00, para quitar uma dívida com o BicBanco.
Segundo ele, entre dez e quinze dias depois, o valor de R$ 388.500,00 foi pago em espécie, a Mendonça Júnior.
À PF, Carvalho disse que não houve nenhuma outra transação entre Mendonça e a São Tadeu Energética. O MPF diz que Mendonça não confirmou essa versão, e que os valores repassados foram provenientes do sistema conta-corrente mantido por ele e Eder Moraes.
Na denúncia, a procuradora Vanessa Scarmagnani diz que ficou demonstrado que Eder Moraes, Mauro Carvalho e Mendonça Júnior, mediante empresas e “negócios simulados” (supostos empréstimos contraídos), bem como mediante a utilização de títulos de créditos (cheques e notas promissórias), ocultaram e dissimularam a natureza, a movimentação e a propriedade de valores provenientes de infrações penais.
Outro lado
Em contato com a reportagem, Mauro Carvalho disse que seus advogados ainda não tiveram conhecimento da denúncia. E que eles irão se posicionar tão logo se inteirem dos fatos. O ex-secretário Eder Moraes, já condenado por diversos crimes, considerou a denúncia “esdrúxula” e afirmou que nunca realizou nenhum negócio com o secretário Mauro Carvalho.
Texto: Thaiza Assunção/Mídia News