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MT: operação apreende R$ 1 milhão em cédulas na casa de empresário
A Polícia Civil aprendeu na manhã desta sexta-feira (11) aproximadamente R$ 1 milhão em espécie em uma das casas do empresário Willian Paulo Mischur, alvo de mandado de busca e apreensão e de prisão preventiva na segunda fase da operação Sodoma, deflagrada pela Delegacia Fazendária (Defaz). Mischur é proprietário da empresa Consignum, que atua no mercado de empréstimos consignados para servidores públicos.
O advogado Darlan Vargas explicou à reportagem que até a manhã desta sexta-feira não havia tido acesso ao inquérito e que também não havia previsão de quando Mischur seria interrogado pelos agentes da Defaz.
Ainda de acordo com o advogado, até o final desta manhã o empresário ainda deveria ser encaminhado para exames no Instituto Médico Legal (IML) antes de ser encaminhado a alguma unidade prisional. Ele deve ficar alojado em uma cela comum por não possuir curso superior.
Conforme divulgou a Polícia Civil, além do mandado de prisão, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão contra Mischur – um na sede da empresa Consignum, outro em uma casa localizada no bairro Santa Rosa, em Cuiabá, e o último em uma casa dentro de um condomínio na região do Lago de Manso.
Em uma das propriedades do empresário a Polícia Civil apreendeu cerca de R$ 1 milhão em cédulas de R$ 100, R$ 50 e R$ 20. O volume todo ainda deverá ser contado com auxílio de máquinas e, em seguida, será depositado em uma conta judicial.
Além de Mischur, outras quatro pessoas tiveram mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça na segunda fase da operação Sodoma: o advogado e ex-secretário estadual de Administração César Zílio; o ex-secretário estadual de Fazenda Marcel de Cursi; o ex-secretário-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf; e uma ex-assessora de Nadaf na presidência da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio), Karla Cecília de Oliveira Cintra.
Nesta sexta-feira, foram cumpridos apenas os mandados de prisão contra Mischur, Zílio e Karla Cintra, uma vez que os ex-secretários de estado Marcel de Cursi e Pedro Nadaf já se encontram presos no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) desde a primeira fase da operação Sodoma, deflagrada no dia 15 de setembro de 2015. Mischur e Zílio ainda não havia tido quaisquer mandados judiciais cumpridos contra si na operação Sodoma. Já Karla Cintra vinha sendo monitorada por tornozeleira eletrônica como medida cautelar desde a primeira fase da operação.
Ao todo, segundo a Defaz, foram expedidos e cumpridos 21 mandados judiciais nesta segunda fase da operação Sodoma: os cinco mandados de prisão preventiva; cinco mandados de condução coercitiva; e 11 mandados de busca e apreensão.
A Polícia Civil informou que as investigações da segunda fase da operação Sodoma estão centradas em um contrato supostamente fraudulento de compra e venda de uma propriedade em Cuiabá, um terreno localizado na Avenida Beira Rio, bairro Grande Terceiro.
A transação estaria relacionada às fraudes já investigadas na concessão de benefícios fiscais do estado e teria servido para a prática de lavagem de dinheiro oriundo do pagamento de propina que manteria a organização criminosa, da qual também teria participado o ex-governador Silval Barbosa, também preso na primeira fase da Sodoma.
Segundo a Polícia Civil, cheques utilizados para a aquisição da área na Avenida Beira Rio foram emitidos para o pagamento da propina recebida pelo grupo e a transação envolvendo o terreno serviria para a lavagem de dinheiro. A Polícia ainda não esclareceu qual seria a ligação exata do empresário Mischur com a aquisição do terreno em Cuiabá.
Texto: G1 MT