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Mulher de coronel preso recebeu R$ 17 mil de empresa de TI
A esposa do coronel PM José de Jesus Nunes Cordeiro – preso desde 2016 em decorrência da operação Sodoma -, Paula Cristina de Almeida Cordeiro, recebeu R$ 17 mil da Ábaco Tecnologia da Informação Ltda., em 2013.
A empresa em questão lucrou R$ 252 milhões de 2010 a 2014 na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), época em que Cordeiro foi secretário-adjunto de Administração e era responsável pelo setor de licitações da pasta.
A informação do depósito consta na quebra de sigilo bancário na conta de Paula Cristina, feita pela Delegacia Fazendária (Defaz) no âmbito da ação penal derivada da 2ª e 3ª fases da Sodoma.
Conforme o documento, a esposa do coronel recebeu a quantia no dia 29 de maio de 2013, por meio de um depósito feito em dinheiro pela empresa.
“Nos extratos bancários da conta da senhora Paula Cristina de Almeida Cordeiro, esposa do senhor José Nunes Cordeiro, preso na operação Sodoma, foi identificado um valor, recebido da empresa ÁbacoTecnologia da Informação Ltda”, diz trecho do documento.
Conforme a Defaz, apesar de a instituição bancária ainda não ter informado o CNPJ da empresa, a Ábaco tem sede em Cuiabá e teve contratos com o Governo do Estado na gestão de Silval.
“A referida empresa tem como integrantes do quadro de societário, Jandir José Milan, Gilmar Francisco Mila e Lenil Kazuhiro Moribe”, diz outro trecho do documento.
De acordo com as investigações da Sodoma, o coronel José Cordeiro era considerado o “braço armado da organização criminosa” e também responsável por viabilizar as fraudes em licitações em favor do grupo criminoso, supostamente comandado por Silval Barbosa.
A Ábaco firmou contrato com a Secretaria de Estado de Administração (SAD), hoje Secretaria de Gestão (Seges), por meio de um pregão presencial em 2010.
Além da SAD, a empresa também presta serviços para outras secretarias do Estado, e órgãos coo o Tribunal de Contas do Estado e a Prefeitura de Cuiabá.
O pregão na SAD teve como objeto o registro de preços para contratação de empresa para prestação de diversas demandas, como serviços de análise e desenvolvimento, consultoria, assessoria, administração de infra-estrutura em TI, suporte técnico em TI e manutenção do Sistema Informatizado de Gestão Previdenciária.
De acordo com o levantamento feito com base nos dados do Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (Fiplan), a empresa recebeu R$ 39,8 milhões pelos serviços em 2010, primeiro ano ga gestão de Silval. Já em 2011, foram 64,6 milhões; em 2012, R$ 49,8 milhões; em 2013, R$ 50,4 milhões e em 2014, R$ 47,5 milhões, totalizando R$ 252,1 milhões.
Investigada pelo MPE
Em 2016, o Ministério Público Estadual abriu três inquéritos contra a empresa para apurar supostas irregularidades no contrato dela com a SAD, TCE e Prefeitura de Cuiabá.
O primeiro visa investigar indícios de superfaturamento, enriquecimento ilícito e dano ao erário no pregão com a antiga Secretaria de Administração, atual Secretaria de Estado de Gestão.
O caso é investigado pelo promotor Clóvis de Almeida Junior.
No segundo, é apurada a suspeita de direcionamento no contrato com o Tribunal de Contas, no valor de R$ 18,3 milhões. Trata-se de um registro de preços para desenvolvimento do sistema integrado de gestão administrativa financeira (Siga).
Já o terceiro inquérito, aberto pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, da 11ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, são investigadas possíveis irregularidades na contratação da empresa pela Prefeitura de Cuiabá, como o fato de a contratação ter sido feita sem licitação e a liberação de pagamentos efetuados por serviços que não foram executados.
Texto: MidiaNews