Nadaf diz que esquema foi articulado durante almoço com “staff”

O ex-secretário de Estado Pedro Nadaf confessou ter participado do esquema investigado na 4ª fase da Operação Sodoma e afirmou que os crimes foram engendrados durante um almoço com o “staff” da gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

Nadaf presta depoimento na tarde desta terça-feira (04), à juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital. Ele foi preso em setembro de 2015, durante a 1ª fase da Sodoma, e foi solto em setembro de 2016, após decidir colaborar com a Justiça.

A 4ª fase da Sodoma apura esquema ocorrido em 2014, consistente na desapropriação de um terreno de R$ 31,7 milhões no Bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, sendo que metade do valor (R$ 15,8 milhões) teria retornado como propina à organização criminosa comandada por Silval.

Confira a audiência em tempo real:

Nadaf reafirma confissão (atualizada às 15h41)

O ex-secretário reafirmou a veracidade da denúncia e corroborou a confissão feita à Delegacia Fazendária (Defaz).

“Trata-se de uma desapropriação de uma área. Na época, o Silval tinha que saldar um compromisso financeiro que ele tinha com o [Valdir] Piran e o governador estava procurando formas de buscar recursos para pagar esse empresário”.

“Silval comentou que o [procurador aposentado] Chico Lima havia dito que tinha uma área que já estava pronta para fazer o pagamento, que eu aprofundasse esse assunto com o Chico Lima. E aí eu conversei com o Chico Lima se tinha possibilidade. Ele disse que sim, e que inclusive ele disse que jÁ tinha conversado com o dono da área e que estava acordado o retorno de propina no valor de 50%”.

Segundo Nadaf, Chico Lima explicou que tinha um jeito do Estado pagar esses R$ 30 milhões do terreno e ter o retorno de R$ 15,8 milhões.

“Mas o processo tinha que ter os trâmites legais dentro do Intermat, Administração, Fazenda. Fizemos uma reunião na hora do almoço com todos esses secretários dessas pastas e foi colocado o que cada um tinha que fazer para o passar o procedimento. E aí foi feita a desapropriação”

“Do valor de R$ 15 milhões de propina, R$ 10 milhões foi para pagar a dívida com o [Valdir] Piran”, disse ele, se referindo à dívida do ex-governador com o empresário do ramo de factoring.

Texto: MidiaNews