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“Não conseguia parar de chorar”, diz ator sobre cena de homofobia em novela
Intérprete do leve e divertido booker Max de “Totalmente Demais”, Pablo Sanábio viu recentemente as cenas de um ataque homofóbico que o personagem sofreu na novela repercutirem.
A sequência chegou a ser comentada pelo deputado Jean Wyllys em suas redes sociais. “‘Totalmente Demais’ mostrou ao público, com muita emoção, sensibilidade e realidade, que temos direito à liberdade e à afetividade”, disse.
Na novela, Max levou uma surra de um grupo homofóbico enquanto andava de mãos dadas com um paquera nas ruas.”Terminei a cena e não conseguia parar de chorar. Minha vontade era de abraçar cada uma das pessoas que já sofreram algum tipo de agressão no mundo”, lembra Sanábio em entrevista ao UOL.
O ator de 33 anos conta que ficou feliz em poder abordar a homofobia na novela e que teve ajuda de Felipe Cabral, um dos autores colaboradores, para se preparar para as gravações. “Ele me passou vários links de jovens que sofreram agressões e eu fiquei muito à flor da pele com todos aqueles depoimentos”, conta.
Melhor amigo gay
Em “Totalmente Demais”, Max vive dando choques de realidade em suas melhores amigas. “Tem uma diferença enorme entre ser romântica e ser burra”, disse ele para Lu (Juliana Trevisol). “Sou team Eliza forever, mas para de frescura”, repreendeu ele para a protagonista vivida por Marina Ruy Barbosa.
As frases “sinceronas” e o jeito divertido deram vida para Max além da novela. O personagem tem um Instagram próprio e agora publica dicas de relacionamento nas redes sociais da Globo.
“Todo mundo diz que o Max tem que lançar um livro de dicas de relacionamento e que ele é o amigo que toda pessoa precisa ter”, diz o ator que antes de “Totalmente Demais” viveu o michê Kiko em “O Rebu”.
Sanábio conta que para chegar na personalidade complexa de Max teve ajuda da equipe de figurino e dos preparadores de elenco da novela. “A Carmen da caracterização trouxe a ideia da franja, e então eu comecei a pensar como poderia transformar essa franja em algo a mais para o personagem. Coloquei a franja como uma extensão do meu texto, ela é uma fala, pois tem horas que eu não digo nada e mexo o cabelo e o público já entende o que ele está pensando”, diz.
A ideia do personagem falar cantando foi do próprio ator. “Isso não tinha e eu coloquei. Me inspirei em um grande amigo meu”, conta. Já as tiradas e bordões como “Ai, meu Santo Gianecchini” são do roteiro. “As frases já vêm prontas. Adoro improvisar também, mas no caso do Max, 99% do que é dito é mérito dos nossos autores”, conta.
Texto: Uol