“Não trato de hipocrisia na política”, diz Xuxu Dal Molin sobre gasto de R$ 64 mil com verba indenizatória

Além do salário de R$ 25,3 mil (sendo R$ 18 mil líquidos), cada um dos 24 deputados estaduais de Mato Grosso pode receber, mensalmente, a quantia de R$ 65 mil de verba indenizatória (VI) para cobrir despesas do exercício parlamentar, mas cuja utilização não sofre controle de prestação de contas. Em fevereiro, Ulysses Moraes (DC) gastou R$ 3.097,78 enquanto 21 deputados gastam mais de R$ 60 mil no primeiro mês, a exemplo de Xuxu Dal Molin.

Conforme resolução da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, cada parlamentar pode gastar R$ 65 mil por mês para compensar despesas das atividades legislativas. Para receber o montante, basta solicitar o ressarcimento. No mês passado, Valdir Barranco (PT) foi o que mais gastou e pediu compensação completa de R$ 65 mil.

De Sorriso, Xuxu Dal Molin, por exemplo, gastou R$ 64.982,00. Segundo o deputado, todo o montante foi utilizado em seu agitado primeiro mês de trabalho. “As pessoas têm que entender como funciona a questão dos gastos. Eu cheguei agora. Eu tive um início de mandato e quero saber quanto custa o nosso gabinete. Eu sou um deputado do interior, eu não moro na capital. Tem gente que não sabe como é chegar em Aripuanã, Colniza e ir para Sorriso. É justo que eu tenha condição de trabalho e dê retorno. Essa questão de verba indenizatória é toda despesa que eu uso no dia-a-dia do gabinete. Eu não posso ser hipócrita de jogar para a plateia. Se quiserem que eu fique aí em Sorriso e não saia daí, obviamente eu não vou gastar”.

Xuxu frisou que não há ilegalidade no uso da verba indenizatória e que sua produção justificou o gasto. “Tem várias estruturas que eu não estou usando. A cidade de Sorriso me conhece e sabe que eu sempre fiz política limpa. Eu fui para Brasília e nunca usei auxílio-moradia e várias outras coisas. Eu tenho responsabilidade. Eu vou prestar contas de tudo o que está acontecendo. Eu tenho que andar no estado, eu tenho que receber demandas, eu tenho que pagar hotel e tenho um monte de despesas”.

Ainda sobre a VI, o deputado estadual sorrisense disse que para obter resultados no trabalho político é preciso sair do gabinete e alfinetou os deputados que se restringem a gravar vídeos. “Eu pouco tempo eu já levei secretário [a Sorriso], estamos fazendo a repactuação da saúde, retomando obras da escola do Novos campos, foi feito um pacto de 150 km de asfalto para retomar obras do interior do estado, levamos ambulâncias novas. Isso é trabalho e custa. Eu nunca fiz rolo na política. É justo que eu tenha condição de trabalho, mas dê retorno. Eu não sou deputado de ficar dentro do gabinete com celular fazendo vídeozinho. Eu estou aqui uma equipe trabalhando a reforma tributária e estamos no estado para levar a estrada. Eu já cansei de ir para Brasília rodar do meu bolso e isso ninguém fala”.

De acordo com o deputado, no decorrer dos trabalhos legislativos, será avaliado se há como executar o trabalho com menor uso da verba indenizatória. “Se eu não sentir necessidade é óbvio que eu vou economizar. Eu sou contra hipocrisia. Eu sou uma pessoa limpa e transparente e estou fazendo a diferença. A minha equipe é enxuta e eu não tenho um funcionário a mais do que eu preciso”, destacou.

Conforme divulgado pelo Portal Sorriso, ao todo, apenas no primeiro mês de legislatura, os parlamentares de Mato Grosso gastaram R$ 1,4 milhão em verba indenizatória, fora o salário de R$ 25,3 mil, que custa R$ 607.200 por mês.

Saiba mais:

21 deputados gastam mais de R$ 64 mil no primeiro mês

Texto: Redação Portal Sorriso