“O momento político é de enxugamento de siglas”, diz Sachetti

O deputado federal Adilton Sachetti (PSB) defendeu a fusão do Partido Socialista Brasileiro com o Partido Popular Socialista (PPS). 

A fusão das siglas foi anunciada na última quarta-feira (29), pelos presidentes Carlos Siqueira, do PSB, e Roberto Freire, do PPS. No âmbito nacional, a nova legenda terá 7 senadores, 45 deputados federais e três governadores.

Sachetti considerada “exagerado” o número de 32 partidos no Brasil. Para ele, a fusão de agremiações será a tendência deste ano, de modo a diminuir os chamados “partidos de aluguel”.

“Eu defendo a redução do número de partidos. Não dá para continuarmos com quase 40 partidos na mão de alguns que os usam para negócio, para vender espaço, vender tempo de televisão, favores. Isso passou da hora de acabar”, afirmou.

“O novo momento que o Brasil vai viver em termos de política será nesse sentido, de diálogo, convergência, construção de partidos mais fortes, que possam, realmente, fazer a diferença. E não ficar como está aí: um balcão de negócios, em que de manhã está de um lado, no outro dia do outro”, disse.

Segundo o deputado, as discussões ainda estão em andamento. Na próxima semana, uma nova reunião está agendada com as lideranças nacionais do PSB para saber os rumos que deverão ser tomados nos diretórios regionais.

Apesar de informações darem conta de que a fusão deve resultar na sigla PPSB, Sachetti adiantou que o novo partido deve se chamar PSB40.

“Formalmente, ainda não foi feito nada, mas informalmente já se conversou. Cada um defende um nome. Fizemos uma reunião em Brasília e disseram que o nome seria PSB40, mas cada um vai defender o seu interesse e espaço”, afirmou.

“Mas, de qualquer forma, sou favorável. Acredito que o momento político é de enxugamento de siglas. É uma obrigatoriedade. A sociedade não aguenta mais, porque não sabe mais em quem está votando, em qual partido está votando. Porque virou uma sopa de letras”, disse.

Discussão ideológica

Para Sachetti, o país continua preso em uma discussão a respeito de ideologias de “direita” ou “esquerda”, que já está superada em diversos outros países.

“Já estamos intoxicados de ideologia. Temos que pensar em um Brasil novo. Porque o mundo já se desintoxicou das ideologias de esquerda e de direita. E nós ainda ficamos aqui com um discurso que já venceu há 50 anos”, afirmou.

O parlamentar ainda criticou diversos discursos propagados no Congresso. Segundo ele, há deputados com “ranço” que já deveria ter sido superado.

“O mundo mudou. Os conceitos de relação com a política são outros. O cidadão, hoje, pela virtualidade, quer a verdade, honestidade, transparência, resultado. Não está preocupado se é direita ou esquerda. Quer apenas que o Estado seja o ente que o leve a viver melhor”, disse.

“Então, essa discussão ideológica já foi superada no mundo há muito tempo e espero que aqui também o seja. Porque não dá mais para viver com os ranços ideológicos que a gente vê lá no Congresso. Há falas que talvez há 50 anos fossem adequadas, mas, hoje, está fora do tempo”, afirmou.

Texto: Mídia News