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Padre que abusou de garoto com deficiência pega pena máxima
Preso em flagrante em junho do ano passado após abusar sexualmente de um garoto de 14 anos dentro de uma sauna no município de Caldas novas (GO), o padre Fabiano Santos Gonzaga, de 29 anos, pegou pena máxima: foi condenado a 15 anos de reclusão em regime fechado. O sacerdote foi enquadrado no artigo 217 do Código Penal (ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos). Houve ainda um agravante: a vítima possui uma deficiência mental, o que faz não ter discernimento para a prática do ato sexual e sequer poderia oferecer resistência.
“Não dá para afirmar que estou feliz, pois meu filho começou a ter problemas na escola após esse abuso. Passei a enfrentar problemas emocionais também que me impediram de andar por quase um ano. Posso afirmar que estou aliviada”, comentou a mãe do garoto, que pediu para não ser identificada.
Segundo a acusação, vestindo uma sunga preta, Fabiano entrou na sauna e se sentou em um banco de frente para o menino, ao lado de uma cascata de água quente. Havia um homem na sauna que logo saiu. Assim que se viu a sós com o menino, Fabiano deixou seu lugar e sentou-se ao lado dele. Tentou puxar conversa e, em seguida, beijou-o na boca e segurou seu pênis. Atordoado, o menino levantou-se para fugir, mas Fabiano não deixou. Correu para bloquear a porta, baixou a sunga e disse ao menino que ele só sairia dali se praticasse sexo oral. Amedrontado, o menino, que tem 14 anos e idade mental entre 7 e 9 anos, obedeceu.
Apesar da série de provas juntadas pela acusação, não foi tarefa fácil para o Ministério Público condenar o padre. A defesa de Fabiano tentou induzir a juíza Valeska da Silva Baruki ao erro várias vezes. Numa delas, chegou a apresentar provas falsas. No relato do garoto, o padre o atacou dentro da sauna e em seu depoimento ele descreveu com detalhes como era o ambiente. Entre o dia do crime e o julgamento, a sauna passou por uma reforma justamente para dar mais segurança aos usuários. A advogada Lorena Paixão, que defende o padre, mandou fazer umas fotos da sauna já reformada para fazer crer que a descrição do ambiente não batia com o dito pelo garoto. A juíza levou essa tese em consideração por semanas, até que a delegada que conduziu o inquérito, Sabrina Leles Miranda, conseguiu imagens da sauna feitas antes da reforma, que batiam com a descrição feita pela vítima. Já na fase final do processo, a advogada Lorena ainda foi denunciada na OAB-GO porque ela pegou o processo no fórum, levou para casa e passou do prazo para devolvê-lo.
O caso ocorreu no mesmo dia em que o papa Francisco deu um passo importante para combater a prática de abuso sexual de menores por parte de representantes da Igreja Católica. Por meio de uma Carta Apostólica, ele determinou que sejam destituídos bispos que acobertarem casos de pedofilia cometidos por padres – até então, a punição se restringia ao religioso que praticou o crime.
Texto: Veja